Quase a metade (47%) dos professores ou funcionários de escolas já foram xingados por alunos. Além disso, 51% dos estudantes consideram o clima na escola ruim, péssimo ou mais ou menos. Os dados estão em pesquisa realizada pela Unesco, Ministério da Educação e Observatório de Violência nas Escolas.
Um agravante é que quando esses casos de violência acontecem, a escola é a última a saber. Os jovens disseram que denunciam os problemas da escola primeiro para parentes (58%), amigos da escola (45%), amigos fora da escola (28%) ou ninguém (14%). A diretoria da escola foi citada por apenas 11%.
“A violência no cotidiano da escola têm graves conseqüências. Como o aluno vai aprender num clima escolar como esse, em que existe uma banalização completa da incivilidade?”, perguntou a socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da pesquisa, ao ser entrevistada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Para a socióloga Ana Paula Corti, assessora da ONG Ação Educativa, a falta de estrutura das escolas explica a geração de violência nesses locais. “Se o que está sendo oferecido e ensinado não fazem sentido para o aluno, ele se desinteressa. Assim, a relação entre as pessoas fica desgastada”, afirma.
O levantamento também mostra que os estudantes que declararam ter cor preta sofrem mais com o preconceito: 22% afirmam que já foram xingados por causa de sua cor de pele. Além disso, muitos dos xingamentos mais comuns lembrados por professores e alunos são de cunho racista.
A pesquisa, que originou o livro Cotidiano das Escolas: Entre Violências foi feita em 2003 e 2004, a partir de uma amostra de 13 mil estudantes de 110 escolas de Belém, Salvador, Porto Alegre, Distrito Federal e São Paulo. Escolas do Rio de Janeiro participaram apenas da parte qualitativa do estudo.
Redação Terra
Metade dos professores já foi xingada por alunos, diz pesquisa
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