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Em reunião ministerial, Lula diz que ministros não vão poder ‘fazer portaria’ sem passar pela Casa Civil

Presidente recebeu ministros na Granja do Torto, uma semana após polêmica do PIX e em meio a cobranças por reforma ministerial. Lula pediu à equipe dedicação para a segunda metade do mandato.

Em reunião ministerial, Lula diz que ministros não vão poder 'fazer portaria' sem passar pela Casa Civil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20), em reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília, que os ministros não vão poder fazer portarias sem passar pela Casa Civil.

Segundo o presidente, a equipe só poderá editar e publicar esse tipo de ato administrativo se passar, antes, pela Presidência da República.

“De agora em diante, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós sem que essa portaria passe pela Presidência da República através da Casa Civil”, afirmou Lula.
A fala de Lula acontece após a polêmica envolvendo o PIX, depois que a Receita Federal publicou uma norma que ampliou a fiscalização sobre essas transações financeiras, ocasião em que surgiram menções nas redes sociais sobre a possibilidade de taxação do PIX, o que sempre foi mentira.

A desinformação sobre o PIX rapidamente se espalhou, alimentada por um vídeo falso do ministro Fernando Haddad, criado com Inteligência Artificial.

Essas fake news geraram uma grande reação nas redes sociais e forçou o governo, e até o próprio presidente Lula, a esclarecer que não haveria taxação do PIX. E, em seguida, a revogar o ato de fiscalização sobre o PIX.

“Muitas vezes, a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, alguém faz um negócio qualquer, daqui a pouco arrebenta e vem cair na Presidência da República”, prosseguiu o presidente durante a reunião com os ministros.

Em sua mensagem na abertura do encontro, Lula reforçou o pedido para que os ministros se dediquem, e cobrou a divulgação de resultados.

Corrida eleitoral

O presidente também sinalizou preocupação com os partidos que estão trabalhando com o governo.

“Eu quero conversar com vocês sobre os partidos que estão alinhados conosco, temos vários partidos políticos, eu quero que esses partidos continuem junto, mas estamos chegando no processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não”, destacou Lula.

“E essa é uma tarefa também de vocês neste ano de 2025 e é uma tarefa grande. Não é uma tarefa pequena. E é isso que eu quero pedir para vocês. Até agora, eu sou agradecido pela relação de confiança, pelo trabalho que fizeram, mas quero que vocês saibam que daqui para frente vai ter muito mais trabalho”, prosseguiu.

Lula também frisou que a corrida eleitoral já começou para os adversários políticos.

“2026 já começou, senão por nós, porque temos que trabalhar, porque temos que capinar, porque temos que tirar todos os carrapichos que tiver nas plantas que nós plantamos, mas para os adversários a eleição do ano que vem já começou. É só ver o que vocês assistem na internet para vocês perceberem que eles já estão em campanha. E nós não podemos antecipar a campanha porque nós temos que trabalhar”, afirmou.

Reunião com ministros

Lula se reuniu com os ministros para traçar diretrizes para a segunda metade do governo (2025 e 2026) e passar “missões” para combater as causas de desgastes recentes – como a polêmica em torno da fiscalização do PIX e a alta na inflação dos alimentos.

Após a fala do presidente, os ministros discursaram e apresentaram um balanço específico de suas pastas e as principais ações previstas para os meses seguintes.

Participaram do encontro todos os ministros do governo; líderes governistas no Congresso; a presidente da Petrobras, Magda Chambriard; o assessor especial de Lula para assuntos internacionais e ex-chanceler, Celso Amorim.

Reforma ministerial

A reunião ministerial acontece num momento em que aliados do governo no Congresso Nacional cobram mudanças no primeiro escalão, buscando dar mais espaço a integrantes de partidos que sustentam o governo no Legislativo.

Oficialmente, a única troca anunciada até agora foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom), onde o publicitário Sidônio Palmeira — que atuou na campanha de Lula em 2022 — assumiu como ministro no lugar de Paulo Pimenta (PT-RS).

Segundo aliados de Lula, há cobranças também por trocas em ministérios com gabinete no Palácio do Planalto (Secretaria-Geral e Secretaria de Relações Institucionais), além de pastas como Saúde, Mulheres e Justiça.

Em entrevista à GloboNews, no último dia 9 de dezembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente poderia fazer mais trocas antes da reunião ministerial. No entanto, não houve mais anúncios por parte de Lula.

Desafios de Lula

O ano de 2025 se inicia com diversos desafios para o governo do presidente Lula na área econômica, na política externa, na relação com o Congresso e no meio ambiente.

Veja abaixo alguns exemplos:

  • melhorar a relação com o mercado financeiro (o presidente costuma criticar as projeções do mercado em relação à economia brasileira);
  • costurar alianças para as eleições de 2026;
  • melhorar a relação com o Congresso (Câmara e Senado terão novos presidentes neste ano);
  • aumentar a participação da União em ações de segurança pública nos estados (governadores de oposição têm se manifestado contrariamente);
  • viabilizar a COP 30 em Belém, uma vitrine para o Brasil se projetar no mundo como autoridade em preservação ambiental, transição energética e desenvolvimento sustentável.

 

Por G1 Política

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