A crise do setor aéreo civil brasileiro, que atingiu seu ápice na terça-feira, com a pane do sistema de rádio do controle de tráfego em Brasília, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar seriamente a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires e do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno. Ontem, parlamentares da oposição criticaram duramente o governo e pediram a demissão de Pires.
Lula estaria aguardando pelo pedido de demissão dos dois para antes da reforma ministerial, a ser realizada até o Natal. Paralelamente à possível demissão da cúpula do setor aéreo, o governo teria chamado a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para comandar um "gabinete de crise".
Dilma, que reuniu-se ontem pela manhã com Lula para tratar do caos de atrasos e vôos cancelados nos aeroportos, seria uma espécie de "interventora" para cuidar da crise enquanto Lula não troca os chefes do setor aéreo. Dentre suas atribuições, estaria identificar as causas para os atrasos e cancelamentos e suas soluções. Lula estaria cobrando se a crise é decorrente de um suposto boicote dos controladores ou é fruto de falta de infra-estrutura.
Lula estaria relutando em demitir Pires e assim "queimá-lo" publicamente. O titular da pasta de Relações Institucionais, ministro Tarso Genro, é cotado para substituí-lo.
Redação Terra