De acordo com o juiz eleitoral Sílvio de Abreu Júnior, a prestação de contas do deputado eleito é uma "obra de ficção" e "extrapolou todos os limites legais".
Juvenil declarou gastos de 415 mil reais, mas, segundo o TRE, movimentou pelo menos 600 mil reais na conta de campanha. Em conversa captada por escuta telefônica da Polícia Federal, durante a investigação do esquema, Juvenil afirma ter gasto 5 milhões de reais para se eleger. Foi a primeira eleição dele.
O TRE de Minas rejeitou também, por 4 votos a 2, a prestação de contas do deputado estadual eleito Zezé Perrella (PSDB). Ele movimentou 374 mil reais fora da conta corrente da campanha. Esse valor representa 46 por cento do total das despesas declaradas por Perrella, que também é vice-presidente de futebol do Cruzeiro.
A rejeição da prestação de contas não resulta em punição automática, mas o Ministério Público e os partidos adversários podem acionar a Justiça para impedir a diplomação ou cassar o diploma do candidato. Juvenil já havia tido a diplomação suspensa pelo TRE, a pedido do Ministério Público, por seu envolvimento no esquema criminoso.
A Justiça Eleitoral mineira ainda deve julgar, neste domingo, as prestações de contas de outros 20 candidatos, entre eles o governador reeleito Aécio Neves (PSDB).