A falta de repertório dos alunos, quer dizer, a ausência de uma cultura geral que abrace conhecimentos dos mais variados temas, é a principal dificuldade encontrada pelo professor Fábio Simonini, durante suas aulas de português, no colégio Nossa Senhora das Graças, em São Paulo (SP). “Muitos dos alunos não assistem filmes, não vão ao teatro, nem se interessam por exposições de arte”, reclama.
Tal defasagem prejudica as discussões dentro da sala de aula, que poderiam ser muito mais ricas. Para sanar este problema, o professor propõe atividades que estimulem a busca por atividades culturais, numa tentativa de criar um hábito inexistente na juventude. “Eles não lêem um livro porque querem. Só o fazem obrigados”, queixa-se.
A internet é peça importante nessa tentativa. Por meio de recomendações de páginas na rede de computadores, Simonini procura estimular um olhar diferenciado em seus alunos. Sites dos museus paulistas MAM (www.mam.org.br) e MASP (www.masp.art.br) são algumas dessas opções.
Quando o assunto é português, o professor indica o Mundo Cultural (www.mundocultural.com.br) que traz resenhas e discussões relevantes sobre literatura. Além disso, Simonini recomenda o site da enciclopédia eletrônica Wikipedia (www.wikipedia.org), no qual os próprios usuários podem colaborar com novos verbetes. Em uma das consultas realizadas pelos alunos de Simonini na enciclopédia, foi percebido que faltavam algumas informações sobre o escritor português do século XV, Gil Vicente. “Eles fizeram um texto de complementação e enviaram como sugestão que foi aceita pelo site”, explica o professor.
A partir destas indicações é possível discutir com os alunos questões sobre a confiabilidade dos conteúdos divulgados na internet. Com a turma de 5ª série do ensino fundamental, por exemplo, o professor discute quais as diferenças no conteúdo produzido por páginas .com e .org . “A internet é como uma porta para a rua. É necessário apenas escolher o caminho correto”, acredita o professor.
Fonte: Aprendiz