Mesmo depois de fazer cerca de 40 reféns, ameaçar e agredir a ex-mulher e forçar uma operação que mobilizou 70 policiais, o vigilante desempregado e camelô André Luiz Ribeiro da Silva pode ser processado apenas por porte de arma. Essa é a opinião do promotor Carlos Guilherme, o que contraria o entendimento da polícia. Ele considera que, como André permitiu que os passageiros saissem do ônibus que faz a linha Cabuçu-Central, não se configurou a tentativa de seqüestro. O promotor vai oferecer denúncia de ameaça e constrangimento apenas se Cristina, a ex-mulher, denunciar André.
Seqüestro do ônibus 499
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Para o titular da 52a.DP (Nova Iguaçu), delegado Paulo Roberto da Silva, André tem quer indiciado em três crimes – seqüestro, disparo e porte de arma. Em caso de condenação, a pena seria de 20 anos. Silva entende que André privou os outros passageiros da liberdade de ir e vir, usou arma, constrangeu o motorista do ônibus 499 e teria feito um disparo no chão do ônibus por volta das 16 h, quando foi xingado por passageiros de um outro ônibus. Lesão corporal, só se Cristina der queixa. A 52a.DP tem 10 dias para concluir o inquérito.
André está preso por porte de arma. Na delegacia, disse que está separado há três meses mas se sentiu traído por Cristina. O advogado dele, Flávio Fernandes, ainda não decidiu se vai dar entrada no pedido de habeas corpus. Na opinião do criminalista Wanderlei Rebello, o caso não pode ser classificado de seqüestro porque não houve pedido de resgaste. Mas acha que André poderia até ser processado por tentativa de homicídio porque estava armado e ameaçou Cristina de morte.
Cristina Ribeiro foi atendida no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, onde chegou com escoriações. Ela foi atendida e liberada. Não confirmou, porém, se vai apresentar queixas contra o ex-marido.
Fonte: Globo.com