A família do cantor Francisco de Assis França, o Chico Science, fechou acordo com a Fiat para garantir indenização de R$ 10 milhões pela morte do cantor, em acidente de carro, em fevereiro de 1997. O acordo foi fechado dia 3 de janeiro, e o dinheiro, já foi depositado.
Science morreu quando dirigia Uno Mille entre Olinda e Recife. Seu carro bateu em outro e depois num poste. A perícia constatou que a fivela do cinto de segurança se soltou, o que provocou a morte do cantor.
Segundo o advogado da família, Antônio Campos, a Justiça já havia condenado a Fiat a pagar indenização, mas o acordo agilizou o processo. "Quisemos evitar que o problema se arrastasse", contou.
Trajetória
Chico Science nasceu em 1966, em Recife. Nos anos oitenta fazia parte de grupos de música e dança na capital pernambucana, mas foi em 1991 que montou o grupo Chico Science & Nação Zumbi, que o deixaria conhecido no Brasil e no exterior.
Chico foi o criador do movimento manguebeat, que reunia artistas plásticos, poetas e músicos do nordeste, em busca de uma identidade regional pra sua arte.
Em 1994, a estréia em disco com Da Lama ao Caos, que trouxe as músicas A Cidade, Praieira, e Samba Makossa. Dois anos mais tarde saia Afrociberdelia, último disco gravado pelo cantor, que rendeu ao grupo turnês nos Estados Unidos e na Europa.
O disco trazia Manguetown, Macô e Maracatu Atômico, versão para a música de Jorge Mautner que se tornaria a canção mais conhecida do grupo.
Em fevereiro de 1997, ao voltar de um show em Olinda, o cantor bateu o carro e morreu, aos 30 anos. O grupo seguiu, com Jorge du Peixe assumindo os vocais, e lançando o disco-tributo CSNZ no ano seguinte.
Chico Science ainda hoje é visto como um dos mais inventivos músicos e agitadores culturais do Brasil. Sua música foi influência para grupos como Mundo Livre S/A, Sheik Tosado, Mombojó entre outros.
Fonte: Terra/O Dia