Um ex-militar é quem comanda as operações da quadrilha que controla o tráfico no Morro da Providência, no centro do Rio de Janeiro. Evanilson Marques da Silva, o Dão, cabo fuzileiro naval desertor, lidera o grupo de mais de 60 homens que enfrenta o Exército com 40 fuzis.
Dão é investigado pelo Centro de Inteligência da Marinha (CIM) por suposto envolvimento no ataque e roubo de um fuzil FAL de um sentinela no 1º Distrito Naval, na Praça Mauá, em 2002.
O grupo comandado por ele atacou a tiros os militares em todos os dias de ocupação na região.
Quatro pessoas já ficaram feridas durante os confrontos. A última foi um menino de 12 anos, atingido no braço esquerdo no final da noite de sexta-feira. As primeiras vítimas foram um homem, uma mulher e um bebê de 26 dias.
Na favela, o comércio de drogas é grande devido à intensa circulação de pessoas no Terminal Rodoviário Américo Fontenelle e na Central do Brasil.
Além disso, segundo policiais civis, trabalhadores do Centro, de todas as classes sociais, compram entorpecentes na área às sextas-feiras, para usar no fim de semana.
Em setembro, o jornal O DIA flagrou traficantes exibindo armas de grosso calibre em pontos como a Pedra Lisa e nos acessos pelo Conjunto da Vila Portuária.
Segundo dados de investigadores da Polícia Civil, nas favelas ocupadas na cidade desde a semana passada, há cerca de 1.250 bandidos. Eles dispõem, de acordo com o levantamento, de pelo menos 485 fuzis, como o FAL, Parafal, AK-47, G-3 e AR-15.