O Ministério Público de Goiás (MPGO) vem promovendo uma série de investigações contra um esquema de apostas esportivas promovido nos Campeonatos Brasileiro das Séries A e B, em 2022, e em alguns campeonatos estaduais deste ano. O esquema envolve a participação de jogadores, como o paraibano Nino Paraíba, que recebiam até R$ 80 mil para cumprir objetivos pré-determinados. Veja abaixo o que se sabe sobre a investigação e quais jogadores são suspeitos de participação.
O crime, segundo o MPGO, começou a ser descoberto quando o presidente do Vila Nova-GO foi até o órgão e denunciou um esquema envolvendo jogadores do próprio clube.
O esquema funciona quando apostadores entram em contato com jogadores e oferecem valores altos para que eles cumpram ações em campo, como levar cartões amarelos ou vermelhos, cometeram faltas e penalidades, fazerem gols contra ou cederem laterais e escanteios.
Veja abaixo alguns dos jogadores suspeitos e quanto e quais tarefas eles tiveram que cumprir para os apostadores.
Eduardo Bauermann – Santos
Prints mostram conversas do jogador com criminosos. Bauermann teria recebido R$ 50 mil para levar um cartão amarelo jogo contra o Avaí e não cumpriu. Depois, para ‘pagar’ o que não havia cumprido, aceitou ser expulso na partida contra o Botafogo. Ele chegou a ser expulso, mas após o fim do jogo, o que não contabilizou para as apostas.
Criminosos disseram ter deixado de ganhar R$ 2,8 milhões e chegaram a fazer um acordo para receber R$ 50 mil mensais por um período para quitação da ‘dívida’. Jogador se diz inocente.
Vitor Mendes – Fluminense
Não foi denunciado pelo MPGO, por enquanto. Nome aparece em prints de conversas com apostadores. Ele teria recebido R$ 35 mil para receber um cartão amarelo quando atuava no Juventude em uma partida contra o Fortaleza.
Richard – Cruzeiro
Quando atuava no Ceará, ele teria recebido R$ 40 mil para receber cartão amarelo em confronto contra o Cuiabá.
Pedrinho e Bryan Ruiz – Athlético Paranaense
Pedrinho teria recebido R$ 100 mil para levar um cartão amarelo contra o Cuiabá. Bryan também teria recebido valores, não revelados, para receber cartão amarelo em uma das partidas do Brasileirão 2022.
Outros jogadores suspeitos de envolvimento: Allan Godói (Sampaio Corrêa); André Queixo (Sampaio Corrêa); Fernando Neto (São Bernardo); Gabriel Domingos (Vila Nova); Gabriel Tota (Ypiranga-RS); Igor Cariús (Sport); Igor Catatau (Sampaio Corrêa); Jarro Pedroso (Inter-SM); Jesus Trindade (Coritiba); Joseph (Tombense); Kevin Lomónaco (Bragantino); Mateusinho (Sampaio Corrêa); Matheus Gomes (Sergipe); Max Alves (atuava no Cuiabá); Moraes (Atlético-GO); Nathan (Fluminense); Nikolas Farias (Novo Hamburgo-RS); Nino Paraíba (América-MG); Paulo Miranda (Náutico); Paulo Sérgio (Sampaio Corrêa); Raphael Rodrigues; Realpe (Bragantino); Romário (Vila Nova-GO); Sávio; e Victor Ramos (Chapecoense).
Partidas da Série A do Brasileirão investigadas:
Juventude x Palmeiras – 10/9
Santos x Avaí – 5/11
Braga x América – 5/11
Goiás x Juventude – 5/11
Cuiabá x Palmeiras – 6/11
Santos x Botafogo – 10/11
Juventude x Fortaleza – 18/9
Ceará x Cuiabá – 16/10
Uma planilha (vista abaixo) divulgada pelo MPGO mostra nomes de jogadores e valores recebidos ou à receber pelas tarefas cumpridas dentro das partidas. Nessa planilha o nomes de Nino Paraíba aparece duas vezes.