Brasil

Eclipse total percorre metade do planeta

Um eclipse total do Sol percorreu hoje um trajeto do Brasil até a Mongólia durante pouco mais de três horas, oferecendo um espetáculo que não se repetirá até ag

Um eclipse total do Sol percorreu hoje um trajeto do Brasil até a Mongólia durante pouco mais de três horas, oferecendo um espetáculo que não se repetirá até agosto de 2008.

Para presenciar o fenômeno ao vivo, milhares de cientistas, fãs da astronomia e simples curiosos viajaram a lugares remotos, como o deserto do sul da Líbia e longínquas localidades da Turquia.

Entretanto, através da televisão ou da internet, a interposição da Lua entre a Terra e Sol, escondendo totalmente a estrela, pôde ser observada em todas as partes do planeta.

O eclipse total, o quarto desta década, começou em terras brasileiras, no estado do Rio Grande do Norte, onde, 20 minutos após o amanhecer, às 05h35, o dia se tornou noite, para a alegria dos curiosos.

“Só haverá outro eclipse total do Sol no Brasil em 2045”, lembrou o físico do Observatório Nacional Marcomede Rangel, de um dos privilegiados pontos de observação perto de Natal.

Uma idosa moradora de Natal, Miriam, lembrou que em 1940, quando tinha dez anos, observou o mesmo fenômeno: “foi pela tarde, e as estrelas apareceram”.

O eclipse deixou o Brasil, atravessou o Atlântico e também cruzou a linha do Equador, em seu trajeto de leste a nordeste.

A penumbra tocou a costa ocidental da África em Gana às 09h10 (06h10 em Brasília), passando depois por Nigéria, Níger, Chade, Líbia e pelo extremo noroeste do Egito, até chegar ao Mediterrâneo.

Cristãos e muçulmanos moradores de Accra, em Gana, ao testemunhar o eclipse, louvaram a Deus, rezaram e proclamaram sua “fé renovada”.

Na Nigéria, muitas pessoas entraram rapidamente em suas casas por considerarem o fenômeno “satânico”.

Durante este percurso, a área de penumbra – de onde se viu um eclipse parcial – chegou a cobrir dois terços do continente africano, além do sul e de uma parte do centro da Europa.

A Líbia, que normalmente quase não recebe turistas, aproveitou a ocasião para emitir sete mil vistos, concedidos a americanos (1.500), britânicos, alemães, austríacos, espanhóis, italianos e cidadãos de outros 47 países, segundo o Ministério de Turismo.

Os visitantes, incluindo muitos cientistas, foram levados a quatro acampamentos, montados especialmente para a ocasião, em pleno deserto, a dois mil quilômetros ao sul de Trípoli e perto da fronteira com o Chade.

A excursão foi organizada pelas autoridades da Líbia em colaboração com analistas estrangeiros, entre eles representantes da agência espacial americana Nasa.

O planalto de Salum, no Egito, perto da fronteira com a Líbia, foi outro lugar ideal para observar o fenômeno, e recebeu até mesmo o presidente egípcio, Hosni Mubarak, que foi ao local acompanhado de sua esposa e de seu filho mais velho, apesar de isso significar sua ausência na cúpula da Liga Árabe em Cartum.

Em Salum, uma equipe de cientistas espanhóis transmitiu o eclipse para o mundo todo através do site da universidade de Barcelona.

“No eclipse solar total de hoje será possível ver Mercúrio, Vênus e Marte, e além disso se observará uma coroa solar, que nos permitirá estudar as atividades do Sol”, explicou David Fernández, membro da equipe de astrônomos de Barcelona.

Os observadores que estavam no centro do trajeto do fenômeno puderam observar o eclipse total durante quatro minutos, período mais longo que o habitual, enquanto que a penumbra persistiu durante 55 minutos.

Após atravessar o leste do Mediterrâneo, passou pela ilha grega de Kastelorizo, a sul de Rodhes, onde a temperatura ambiente desceu cinco graus durante os três minutos de escuridão que durou o eclipse na ilha, segundo o meteorologista Niko Mazarakis.

O eclipse chegou à Turquia, país que superou amplamente a Líbia em seu “turismo astronômico”, já que, segundo os cálculos das autoridades, recebeu entre 50 mil e 200 mil visitantes que queriam presenciar o dia virar noite.

Foi da localidade turca de Side, no litoral do mar Negro, que a Nasa emitiu sua programação, pela televisão e pela internet, de imagens em “tempo real” do eclipse, acompanhadas pelos comentários de cientistas da agência.

No nordeste da Turquia, os assustados moradores da cidade de Niksar, que lembraram que em 1999 um eclipse foi seguido de um terremoto devastador, preferiram se prevenir, deixaram suas casas e se instalaram em tendas, caso a história se repetisse.

O eclipse, após atravessar o mar Negro, passou pela Geórgia, pelo sul da Rússia e pelo Cazaquistão, e foi total no Cáucaso norte, nas margens do Mar Cáspio e na Sibéria Oriental, do outro lado dos Montes Urais.

Os moradores de Grozni, capital da república da Chechênia, celebraram o eclipse dando tiros para o alto, como é tradição na região.

Uma expedição internacional de montanhistas escalou o cume da montanha de Elbrus (5.642 metros, um dos sete picos mais altos do mundo) em Kabardino-Balkária, um dos destinos preferidos dos turistas no Cáucaso, para contemplar o fenômeno.

A sombra da Lua deixou a Terra entre a Mongólia e Irkutsk, às margens do lago Baical – que comporta a quinta parte das reservas de água doce do planeta -, às 8h47 (em Brasília).

Fonte: Último Segundo

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