Com a conclusão do resgate dos corpos das 62 vítimas do acidente aéreo, em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9) — o que era uma prioridade da operação —, os órgãos e as autoridades se organizam para avançar à próxima fase do processo: a retirada dos destroços do avião para investigação da aeronáutica e perícia da polícia. O bimotor caiu em um terreno próxima a casas em um condomínio no bairro de Capela. Não há sobreviventes.
A análise das peças e da estrutura da aeronave, somadas à abertura das caixas-pretas, transferidas no sábado (10) para o laboratório de leitura e estudo de dados de gravadores de voo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), são primordiais para entender o que aconteceu no acidente.
Vale explicar que uma das caixas-preta grava os dados do voo e a outra as conversas. Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros.
“Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas”, informou a FAB (Força Aérea Brasileira).
Ainda de acordo com a instituição, a expectativa do Cenipa é divulgar, no prazo estimado de 30 dias, o relatório preliminar com as possíveis causas do acidente.
Os 62 corpos resgatados pelos Bombeiros já foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal). Até o momento, os corpos do piloto Danilo Santos Romano e do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva foram os únicos a serem reconhecidos até o momento, segundo a Defesa Civil-SP. A identificação foi feita pelas impressões digitais, ou exame datiloscópico.
A técnica faz parte do protocolo DVI (Identificação de Vítimas de Desastres, em tradução), acionado para garantir que todas as vítimas sejam identificadas de forma precisa e digna. Entre os procedimentos, também estão a análise de DNA e exames ortodônticos. Segundo a Polícia Científica do Paraná, 25 famílias fizeram coleta de material genético.
Ainda não há informações sobre quando os corpos serão liberados pelo IML.
A Prefeitura de Cascavel já anunciou que vai fazer um velório coletivo para as vítimas do acidente . O local e a data ainda não foram definidos, mas a cerimônia deve acontecer no Centro de Convenções e Eventos — no centro da cidade. Em entrevista para a repórter Dayani Santos, da RECORD, Regiane Garcia de Souza, defensora pública do estado do Paraná, afirmou que o órgão está dando suporte aos familiares e organizou um posto de atendimento no Aeroporto de Cascavel e no hotel em que os parentes das vítimas estão hospedados.
Fonte: R7