Em Manaus

Deportados dos EUA chegam algemados e com pés acorrentados ao Brasil

Os deportados ficaram em colchões no chão no aeroporto de Manaus e receberam alimentos doados pelo poder público local, enquanto aguardavam pela aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

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Deportados pelos EUA passaram a noite em Manaus. (Foto: Anderson Nascimento/Secom)

Um grupo de deportados dos Estados Unidos chegou a Manaus algemado e com os pés acorrentados, conforme mostram imagens registradas na saída do avião na noite de sexta-feira (24). A primeira aeronave vinda dos EUA, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino, com uma conexão prevista em Manaus.

No entanto, devido à necessidade de manutenção, o voo para Minas Gerais foi cancelado. A PF não informou a nacionalidade de todos os ocupantes, mas, segundo apurado pelo g1 com o Itamaraty, 88 são brasileiros.

Segundo o blog da Andréia Sadi, oficiais americanos queriam manter os brasileiros deportados algemados e acorrentados até a chegada de outro avião vindo dos Estados Unidos. No entanto, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não autorizou a continuidade do uso das algemas, já que se tratam de cidadãos livres em território brasileiro, sendo uma questão de soberania nacional.

Por esse motivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o envio do avião da FAB para fazer essa viagem. A aeronave do Brasil que vai assumir o transporte do grupo chegou a Manaus na tarde deste sábado (25).

A aeronave em questão é um KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário). Conforme a FAB, o tempo que o avião deve permanecer em Manaus dependerá de diversos trâmites a serem realizados pelos órgãos competentes, até que seja liberado para seguir para Minas Gerais.

Ainda conforme a Força Aérea, profissionais de saúde devem acompanhar os deportados, durante o trajeto até o destino, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.

Em outras imagens obtidas pela jornalista Andréia Sadi, é possível ver o momento em que os deportados ficam sabendo que serão transportados para Belo Horizonte em um voo da FAB, sem algemas.

Deportados ficaram em colchões no chão

O grupo ficou em colchões no chão no aeroporto de Manaus e recebeu alimentos doados pelo poder público local, enquanto aguardavam pela aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), foram disponibilizados para os brasileiros colchões, atendimento médico, alimentação e água.

“A principal solicitação aqui é o atendimento humanizado, então estamos nos fazendo presentes para garantir que os direitos desses cidadãos sejam preservados”, informou a secretária da Sejusc, Jussara Pedrosa, durante acompanhamento aos deportados.

Brasileiros deportados

Entre a noite de quinta (23) e a manhã desta sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.

“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump. (saiba mais abaixo)

A porta-voz publicou, com as declarações, fotos de deportados embarcando em um avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.

Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).

Segundo informações obtidas pela Rede Amazônica, após o pouso, os passageiros estavam reclamando de calor na aeronave. Houve uma discussão entre os passageiros e a tripulação e uma mulher passou mal. Como não tinha uma escada para que descessem da aeronave, a tripulação acionou a rampa inflável para desembarque, mas o equipamento leva um tempo para voltar ao normal e precisou passar por manutenção.

Por g1 Amazonas

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