De cada três vôos marcados nesta sexta-feira (22), um já sofreu atraso de mais de uma hora. Das 657 operações previstas entre zero hora e 10h30, 252 (38,3%) partiram ou chegaram fora do horário previsto, segundo balanço da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Outros 21 foram cancelados.
Os passageiros mais prejudicados foram os que compraram os bilhetes da TAM. Nos terminais aéreos de São Paulo, foram formadas longas filas nos balcões dessa companhia aérea. No Rio de Janeiro, houve protesto, início de tumulto e a polícia foi acionada.
A Infraero orienta as pessoas que têm viagem marcada a entrarem em contato com as companhias aéreas antes de ir para os terminais aéreos. Os telefones da TAM são 4002-5700 nas principais capitais e 0800-5705700.
O G1 tentou acessar o site da companhia, por volta das 11h30, mas ele estava fora do ar. A assessoria não soube informar o motivo. Às 13h20, o serviço estava restabelecido.
Longa espera
Pelo terceiro dia consecutivo, os passageiros enfrentam problemas nos aeroportos nesta sexta-feira. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, os passageiros reclamam da falta de informação. De meia-noite até as 7h, nenhum vôo da TAM chegava ou saía do terminal. Todos foram remarcados. Nas outras empresas, pelo menos quatro aviões atrasaram e um foi cancelado.
Inconformadas com a longa espera, cerca de cem pessoas começaram a gritar "Queremos avião!". Houve tumulto e a polícia militar foi chamada.
Um vôo deveria ter saído às 21h da quinta para Minas Gerais. Depois de mais de 10h de atraso, um avião Focker 100, com lugar para 108 pessoas foi colocado à disposição, mas não seria suficiente para transportar os 115 passageiros que aguardavam. A TAM chegou a oferecer R$ 500 para quem quisesse embarcar no próximo vôo, às 8h40, o que provocou mais revolta.
Nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, foram formadas filas gigantescas nos balcões de atendimento.
Em Guarulhos, cerca de 600 pessoas se aglomeraram no saguão e na fila de check-in em frente ao balcão da TAM, o que gerou um tumulto e tentativa de quebra-quebra. Às 5h, a fila chegava a um quilômetro, passando pelas asas B, C e D.
Já no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, as operações foram encerradas às 3h30 desta madrugada, mais de três horas depois do normal. Nesta manhã, pelo menos 40 vôos estão atrasados _15 partidas e 25 chegadas.
Em Brasília, mais de 18 aviões atrasaram. Há problemas também em sete vôos em Porto Alegre (RS).
No Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador (BA), os saguões e salas de embarque também estão lotados e há atrasos _principalmente dos aviões da TAM.
No Recife (PE), seis vôos estão atrasados nesta manhã. Outros 17 partiram ou chegaram fora do horário durante a madrugada.
Cinco vôos da TAM sofreram atrasos nesta manhã no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Crise
O caos desta semana começou na quarta-feira (20). Na quinta-feira (21), o Governo federal disse que, desta vez, os problemas não foram causados pelos controladores de vôo e sim pelo mau tempo, que fechou o aeroporto de Congonhas na quarta, e pela TAM. Aeronaves dessa companhia aérea tiveram que passar por manutenção não-programada. A falta de aviões provocou um efeito cascata: outras empresas e aeroportos registraram atrasos e cancelamentos.