A crise do gás entre o Brasil e a Bolívia coloca o plano energético brasileiro em xeque. O Brasil está no limite da oferta e o mercado já estima déficit para daqui a quatro anos, além do risco de preço alto e racionamento, de acordo com a edição deste domingo do jornal “Folha de S.Paulo”. A Bolívia está no limite de sua capacidade e também estima déficit nos compromissos contratuais, inclusive com o Brasil.
A constatação feita pela “Folha” leva em consideração a opinião de 12 especialistas, que são unânimes em dois aspectos. A energia no Brasil tende a ficar mais cara, com possibilidade de racionamento e o Brasil deve reconsideral seu plano energético, “otimista demais”.
Segundo o relatório da Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica, “o governo adota uma estratégia de altíssimo risco para o futuro do setor elétrico”. No entanto, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que naõ há risco de racionamento ou de aumento nos preços, pois os contratos são de longo prazo.
De acordo com a “Folha”, especialistas dizem que não há investimentos suficientes em hidrelétricas no País a médio prazo. No ultimo leilão público de “energia nova” para suprir a demanda entre 2008 e 2010, o pregão foi dominado por fontes que contam especialmente com o gás, e não com hidrelétricas.
Petrobras não tem lucro com operação de gás, afirma diretor
Ainda na edição deste domingo do jornal “Folha de S.Paulo”, o diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, afirma que “o negócio de gás na companhia sempre foi deficitário, o lucro da Petrobras [de R$ 23,7 bilhões em 2005] vem da exploração de petróleo no Brasil”.
Sauer afirma que a estatal vende gás para distribuidoras pelo mesmo preço que paga à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, administradora dos contratos. Isto é, no negócio de gás, a Petrobras não tem fôlego para absorver aumentos de preços do gás da Bolívia. Mesmo assim, Sauer garante que o gás não vai aumentar por causa da nacionalização na Bolívia.
“A cada três meses há ajuste de preço por conta dos preços dos óleos combustíveis e, no mês de janeiro, há ajuste de preços de transporte. Para mudar isso, é preciso abrir um processo de negociação que leva tempo”, disse o diretor ao jornal.
As informações são do jornal “Folha de S.Paulo”.
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Crise do gás fará energia encarecer ou faltar
Brasil está no limite da oferta e o mercado já estima déficit para daqui a quatro anos, além do risco de preço alto e racionamento
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