A crise no setor aéreo já provoca redução de 50% na venda de pacotes turísticos no País, segundo as agências de turismo. O setor hoteleiro projeta uma redução de até 20% na ocupação de sua rede, o que pode representar prejuízo diário de até R$ 9 milhões. As preocupações do setor com a continuidade dos problemas nos aeroportos foram discutidas nesta quinta-feira (7), em São Paulo, durante a 14ª Reunião da Câmara Empresarial do Turismo, da Confederação Nacional do Comércio.
Para o coordenador do Comitê Empresarial do Comércio de Turismo, Norton Lenhart, se o caos nos aeroportos persistir e não houver solução rápida do governo pode haver uma redução de até 40% nas vendas de passagens aéreas. Segundo ele, já são registrados significativos cancelamentos de pacotes turísticos em alguns Estados. "A falta de informações precisas do governo sobre a real situação do espaço aéreo brasileiro está deixando as pessoas inseguras para voar", diz.
Lenhart afirma que o setor hoteleiro seria o mais prejudicado, já que entre 60% e 70% dos turistas usam o transporte aéreo nas viagens. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Eraldo da Cruz, projeta queda de cerca de 20% na ocupação da rede hoteleira no País durante a alta temporada, se o caos se prolongar. Ele estima que toda a rede pode sofrer prejuízo diário de R$ 9 milhões. "Essa inconstância nas notícias leva as pessoas a cancelarem as viagens."
Cruz explica que no País existem cerca de 25.700 pontos de hospedagens, sendo 18 mil hotéis e pousadas, que ampliaram em cerca de 20% suas contratações temporárias na alta temporada. "Com a redução do número de hóspedes, essas contratações estão ameaçadas", alerta.
Ônibus
Conforme pesquisa do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP) com agências e operadoras de turismo, cerca de 41% dos turistas já admitem trocar o transporte aéreo pelo ônibus. "Está havendo uma troca nas passagens aéreas pelas rodoviárias, principalmente em roteiros com menos de 300 quilômetros", diz o presidente do Sindetur-SP, Eduardo Nascimento. Ele ressalta que essa ociosidade nos aviões pode levar inclusive a uma redução nos preços das passagens.
Fonte: Estadao.com