'Gênesis 66'

Criador do Rio Grande do Norte arremata 50% de cavalo que passa a valer R$ 160 milhões após leilão em São Paulo

O criador arrematou o cavalo Gênesis 66, garanhão da raça Quarto de Milha por R$ 80 milhões, divididos em 50 parcelas de R$ 1,6 milhão.

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Foto: divulgação / Grupo Monte Sião

Um criador do Rio Grande do Norte adquiriu 50% do cavalo Gênesis 66, garanhão da raça Quarto de Milha por R$ 80 milhões, divididos em 50 parcelas de R$ 1,6 milhão. Com isso, o cavalo, premiado e reconhecido mundialmente e que tem mais de 1.000 filhos, passou a valer R$ 160 milhões.

O negócio foi fechado durante um leilão organizado pelo Monte Sião Haras, proprietário do animal, na noite desta segunda-feira (2), em um hotel na região central de São Paulo. A venda estabeleceu um novo recorde nacional como a maior de um animal da raça.

No evento, também foram negociadas 21 fêmeas, que totalizaram R$ 37,53 milhões; sete embriões – já fecundados -, que somaram R$ 5,405 milhões e 79 coberturas – lotes de sêmen do Gênesis – no total de R$ 52,03 milhões. Ao todo, o evento movimentou R$ 174,965 milhões.

Dalide Corrêa, presidente e sócia proprietária do Monte Sião Haras destacou que a aquisição do Gênesis 66, há cerca de quatro meses no plantel do grupo, foi o principal estímulo para que eles realizassem um leilão pela primeira vez. O animal, quando comprado, chamava-se Inferno 66. No entanto, devido à conotação negativa presente no nome, por iniciativa de Dalide foi batizado de Gênesis, remetendo ao conceito bíblico do ‘início de tudo’.

“A procura das pessoas pelo produto dele (do Gênesis 66) nos fez pensar e tomar a decisão de fazer (o leilão). Nos tínhamos outros animais, que já reputavam de boa qualidade, mas as pessoas começaram a nos procurar, porque como ele já era vendido em outros países e nos Estados Unidos, a gente viu que seria interessante trazer, porque muitos criadores daqui que conhecem o animal já demonstravam interesse”, diz Dalide.

Famosos e políticos

O leilão, que ocupou amplos espaços de eventos do Rosewood São Paulo, um dos hotéis mais luxuosos do Brasil, foi prestigiado por políticos e celebridades, que criam ou tem alguma relação com os quarto-de-milha.

Um dos primeiros a chegar, o cantor Wesley Safadão ofereceu fêmeas de seu haras no catálogo. Além dele, estiveram presentes no evento a cantora Maiara, da dupla com Maraísa, e Sorocaba, que ressaltaram à relação próxima e de afeto que tem com os cavalos.

“Sou a quarta geração de uma família de criadores. Meu avô foi um dos responsáveis por trazer o quarto de milha ao Brasil. Eu cresci neste ambiente de leilões. Estar aqui é como estar em família”, relatou Sorocaba. Fernando, sua dupla, também foi ao evento.

Já Maiara destacou o aspecto terapêutico de estar ao lado dos cavalos “A gente tem fazenda e, quando estou perto dos animais, eu me sinto em paz. Faz muito bem para saúde mental”.

O gosto pela raça reuniu, também, um grupo de políticos, como o ministro das comunicações Juscelino Filho, além dos senadores Efraim Filho (União-PB) e Rodrigo Cunha (Podemos-AL). O prefeito de Maceió, JHC (PL) compareceu ao lado da mãe, a futura senadora Eudócia Caldas (PL-AL) e o pai, o ex-deputado João Caldas. Eudócia assume em janeiro, a vaga deixada por Cunha, que renunciará para ser vice-prefeito de JHC na capital alagoana.

Animais entraram no hotel

Assim como nos leilões realizados durante feiras agropecuários, o público pode ver os animas ao vivo. Com o detalhe que, neste caso, o evento se deu em um hotel de luxo na região central de São Paulo.

Renato Pereira, responsável do Monte Sião pela logística com os animais, explicou que eles andaram de avião, depois utilizando caminhões específicos para transporte de cavalos até chegarem na capital paulista. Os equinos só puderam entrar de madrugada na cidade, por conta da legislação relativa a veículos de grande porte, e foram alocados em um estacionamento ao lado do evento. Lá, foi montada uma estrutura com boxes onde os animais se hospedaram ao longo da estadia para o leilão.

“O hotel já havia recebido um leilão de cavalos mangalarga. Então, buscamos entender toda a operação que foi feita e reproduzi-la”, diz Pereira. Ele relata que todo o caminho entre os boxes e o palco foi preparado e adaptado para a passagem dos animais, com forrações e proteções nos pisos e paredes.

O Gênesis 66, grande estrela da noite, no entanto, foi visto apenas nos telões, pois segue vivendo nos EUA. Dele, viajou apenas o material genético.

Por Globo Rural

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