Com quatro meses de atraso, o plenário do Congresso Nacional aprovou na noite desta terça-feira o Orçamento Geral da União de 2006, após uma intensa pressão de setores da oposição para que o governo concordasse em atender demandas locais.
Três reivindicações travaram por semanas a aprovação da peça orçamentária, todas elas foram atendidas pelo Palácio do Planalto e pela equipe econômica do governo.
A maior divergência girava em torno de um pedido de empréstimo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo governo de Sergipe, que já ultrapassou o seu limite de endividamento fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O dinheiro será usado para a construção de uma ponte, cuja inauguração está prevista para antes da eleição, e será liberado com o compromisso de que o Estado se adequará à lei nos próximos meses.
O PFL do senador Antônio Carlos Magalhães (BA) conseguiu a inclusão de um projeto de irrigação na previsão orçamentária. O PSDB do senador Arthur Virgílio (AM), líder de seu partido na Casa, teve de negociar recursos para a construção do gasoduto Coari-Manaus via Petrobrás.
O governo argumentava que as empreiteiras envolvidas na construção da obra superfaturaram seu orçamento. Ficou acertado que o governo do Amazonas negociará com as construtoras um novo levantamento de custos.
O governo já havia aceitado elevar em 500 milhões de reais os recursos garantidos aos Estados como compensação das perdas decorrentes da Lei Kandir ¿que permite a desoneração de exportações.
O Congresso estimou as receitas líquidas da União para este ano em cerca de 456 bilhões de reais. Os investimentos chegam a 21,2 bilhões de reais, 6,9 bilhões a mais que a proposta original do Planalto.
O Orçamento foi inflado em 15,6 bilhões de reais. Os ministérios do Planejamento e da Fazenda, no entanto, argumentam que não há disponibilidade desses recursos, o que aumenta a possibilidade de contingenciamentos.
“O governo não admite, e só concorda, no máximo, com uma reestimativa (de receita) de 5 bilhões”, disse o relator da peça orçamentária, deputado Carlito Merss (PT-SC).
A proposta orçamentária prevê crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5 por cento.
Foram destinados ainda 2,9 bilhões de reais para emendas individuais e 7,7 bilhões de reais para emendas coletivas.
O Orçamento de 2006 prevê um salário mínimo de 350 reais, que começou a ser pago em abril, como acertado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes sindicais, e um reajuste da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas de 8 por cento. A proposta original do governo era de um salário mínimo de 321 reais. O aumento foi assegurado após a reestimativa de recursos feita pelo Congresso.
O texto aprovado pelos parlamentares prevê 5,1 bilhões de reais para um reajuste não linear dos servidores públicos neste ano.
Reuters
Congresso aprova Orçamento após quatro meses
Com quatro meses de atraso, o plenário do Congresso Nacional aprovou na noite desta terça-feira o Orçamento Geral da União de 2006
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