A reforma da pista principal do Aeroporto de Congonhas, na capital de São Paulo, começou nesta segunda-feira. Com o número de vôos reduzidos e a pista auxiliar operando com restrições, o aeroporto registrava atrasos em 36 pousos e decolagens, às 12h. No balcão da companhia aérea Varig, havia uma fila de cerca de 60 m, mas os funcionários não informaram se havia relação com a reforma da pista.
Entre as decolagens, o maior atraso era registrado em um vôo para Vitória, no Espírito Santo, programado para as 8h55. O pouso mais atrasado era de um vôo vindo do Santos Dumont. De acordo com a Infraero, até as 12h, 23 vôos (22,3% do total) atrasaram mais de 1 hora em Congonhas.
Segundo informações da companhia aérea TAM, os atrasos desta manhã ocorreram devido à transferência de alguns vôos para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, por causa da chuva. A companhia alegou que os passageiros com conexão em Congonhas estão sendo levados de ônibus para o aeroporto.
Durante a obra, que deve demorar 45 dias, a pista principal ficará interditada e o volume de vôos reduzirá 15%. O aeroporto perderá um total de 157 vôos: 51 serão transferidos para o Aeroporto Internacional de Guarulhos e 106 serão cancelados temporariamente. Entre os vôos desviados estão 10 da companhia aérea Gol e 41 da TAM.
De acordo com o superintendente da Infraero em São Paulo, Edgard Brandão Junior, a obra não deve trazer impacto para os passageiros. Segundo ele, 78% das pessoas que utilizam os terminais de Congonhas são executivos, comerciantes e profissionais liberais que, geralmente, compram suas passagens próximo da data da viagem. Com isso, não haveria grandes problemas com a questão do deslocamento dos vôos previamente agendados.
O início da obra foi autorizado na sexta-feira pela Infraero. O contrato emergencial custará R$ 19,9 milhões. A primeira etapa, iniciada hoje, diz respeito ao trabalho de fresagem (raspagem do asfalto) e às análises topográficas.
Desde o ano passado, por medidas de segurança, a Infraero mede a lâmina de água sobre a pista em dias de chuva. O principal problema da pista é o acúmulo de água. Se for superior a 3 mm, a pista é fechada para evitar que os aviões derrapem.
Durante a reforma, o aeroporto funcionará em três horários diferentes: de segunda a sexta-feira, ficará aberto das 5h30 à meia-noite; aos sábados, das 6h às 23h; e, aos domingos, das 7h à meia-noite. Nesse período, o número de pousos e decolagens vai cair de 38 para 33 por hora.
Logística
Segundo Brandão Junior, a parte mais complicada da obra será a logística para a passagem de 60 caminhões que têm de entrar e sair do aeroporto. Devido à necessidade de os aviões passarem pela pista principal para chegar até o terminal de passageiros, a operação dos caminhões deverá ser interrompida durante os pousos.
Devido às limitações de tamanho da pista auxiliar (ela é 500 m menor do que a principal), alguns vôos de determinados tipos de aeronave foram cancelados. Os modelos Boeing 737-700, 737-800 e Fokker 100 não poderão operar com a plenitude de carga (podem pousar, mas devem se adequar ao peso máximo permitido na pista).
A pista principal recebeu uma marcação com um grande "X" pintado em branco nas cabeceiras, para os pilotos visualizarem que ela não esta sendo utilizada. No consórcio responsável pelas obras estão as empresas OAS e Galvão. A Camargo Correa, que participou das obras da pista auxiliar não está atuando neste trabalho.
Finalização
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que o esforço para a finalização das obras é grande e que haverá multa para as empresas caso as obras não sejam cumpridas no prazo.
Mesmo após o recapeamento de ambas as pistas, a obra não estará concluída, pois é necessário um procedimento conhecido como grooving, ou seja, ranhuras feiras para o melhor escoamento da água. Na pista auxiliar, esse trabalho já começou e deve demorar entre 40 e 60 dias. Na pista principal a previsão é de que este procedimento demore 85 dias.
Fonte: Terra