Um dos cerca de 180 brasileiros residentes no Timor Leste teve a sua residência atacada, em Díli, por grupo armado com facas e pedaços de pau. “Acordei com o barulho de sinos e das facas na grade do portão”, conta o missionário brasileiro Aurélio Edgard Gonçalves de Brito, 26 anos, que precisou fugir pelos fundos da residência. Ele mora no bairro de Pité, um dos mais perigosos da capital.
O ataque ocorreu na sexta-feira por volta das 23h, na hora local (7h em Brasília). “Minha moto foi roubada e acabei deixando todas minhas coisas em casa”, disse Brito que agora está na residência do embaixador do Brasil, Antônio Souza e Silva.
Cerca de 20 brasileiros já buscaram abrigo na Embaixada do Brasil e mais dez foram hospedados em um hotel.
Calma
A expectativa da população era de que este sábado fosse um dia mais tranqüilo, em Díli, com a chegada das tropas estrangeiras. Porém, mais casas e carros foram queimados, a população continua se refugiando em abrigos e fugindo para as montanhas.
O missionário brasileiro disse que ficou preocupado e ligou para amigos pedindo que fossem buscá-lo. “Um carro me retirou do bairro e eles me levaram hoje pela manhã para a casa do embaixador”, conta Brito.
A onda de violência ainda atinge vários pontos da cidade apesar da presença dos mais de mil militares estrangeiros, a maioria da Austrália.
“Esperamos em breve que a situação esteja controlada”, disse, neste sábado, o primeiro-ministro de Timor Leste, Mari Alkatiri, em uma coletiva de imprensa. Alkatiri afirmou que os atos de violência estão ligados a uma tentativa de golpe de estado, ainda de autoria desconhecida.
BBC Brasil
Casa de missionário brasileiro é atacada no Timor Leste
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