Brasil

Beija-Flor é a grande campeã do Carnaval carioca

Com uma homenagem à África, a Beija-Flor conquistou o título do carnaval carioca, o oitavo de sua história, retomando a hegemonia que havia perdido para a Unid

Após um tropeço em 2006, quando terminou na quinta colocação, a Beija-Flor voltou a mostrar neste ano porque é a maior campeã do século XXI no Carnaval do Rio de Janeiro e levou o seu quarto título nos anos 2000. Antes da conquista deste ano, a agremiação havia conquistado o tricampeonato entre 2003 e 2005. 

Com uma homenagem à África, a Beija-Flor conquistou o título do carnaval carioca, o oitavo de sua história, retomando a hegemonia que havia perdido para a Unidos de Vila Isabel em 2006, quando terminou na 5ª colocação após vencer por três anos consecutivos.

Apuração

A Mangueira saiu na frente na apuração do carnaval do Rio, com quatro notas 10 na avaliação da comissão de frente e quatro no enredo, mas perdeu a liderança na apuração para a Beija-Flor na avaliação da harmonia.

Após a apuração desse quesito, a Mangueira caiu para a quarta posição, a Beija-Flor passou para 119,7 pontos e não deixou mais a liderança da disputa.

Com metade da apuração em curso, a Beija-Flor liderava a apuração, seguida por Mangueira e Viradouro. Na apuração do quesito alegoria e adereços, a Mangueira voltou a perder o segundo lugar.

Cada décimo que a Mangueira perdia na apuração era bastante comemorado pela diretoria da Beija-Flor e os demais adversários. A diretoria da Imperatriz demonstrou muita irritação com a nota 9 dada no quesito harmonia.

A Beija-Flor abriu vantagem de um ponto sobre a Grande Rio no término da apuração do sétimo quesito (279,5 contra 278,5 pontos). 

Na Sapucaí 

O desfile campeão da Beija-Flor na Marquês de Sapucaí chamou a atenção por suas alegorias enormes e cheias de detalhes e fantasias repletas de plumas e adereços luxuosos.

O beija-flor, símbolo da agremiação, voltou ao desfile da escola depois de 10 anos. No carro abre-alas, o pássaro foi representado com 10 metros de envergadura e fazia movimentos de pescoço para poder beijar a flor à sua frente, promovendo a vida na savana afriacana.

A figura de Olorum, rei do infinito, acompanhou o beija-flor. A cor predominante do carro foi o marrom, simbolizando o surgimento do homem a partir do barro.

A comissão de frente retratou a riqueza das dinastias africanas e a soberania de rainhas e reis africanos que foram escravizados no Brasil veio representada nas fantasias do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selmynha SorrisoZ.

As tradicionais baianas estavam majestosas. As 110 intregrantes da alas vestiram uma fantasia luxuosa confeccionada em tecido que imita pele de zebra e leão e levaram na cabeça uma coroa de marfim.

Personagens como Chico Rei e Zumbi dos Palmares, símbolos da força do povo negro, vieram representados nos carros alegóricos.

Zumbi teve um carro todo feito em bambu em que 70 componentes fizeram uma coreografia teatralizada. Já Chico Rei, veio em uma alegoria predominantemente dourada, cheia de anjos e chafarizes. 

Neguinho da Beija-Flor

Há mais de 30 anos, a Beija-Flor entra na Avenida com o famoso grito de guerra: "Olha a Beija-Flor aí, gente!", marca registrada do intérprete Neguinho da Beija-Flor. O apelido já foi incorporado ao nome de batismo do puxador, que agora assina: Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes.

Neguinho, que jamais desfilou por outra agremiação, também compôs sambas para sua escola, como o que deu o primeiro título da Beija-Flor, em 1976 – "Sonhar com rei dá leão". Chegou a ganhar seis disputas em Nilópolis: 1976, 1978, 1981, 1983, 1984 e 1992. Hoje, seu ofício é apenas puxar o hino da azul-e-branca.

Mesmo com toda a experiência, Neguinho confessa que ainda fica nervoso antes de entrar na Sapucaí. Na Avenida, levou três estandartes de ouro de melhor intérprete: em 1985, 2002 e 2003. 

História 

A Beija-Flor nasceu em 25 de dezembro de 1948. Um grupo de amigos formou um bloco carnavalesco para Nilópolis, com o nome Beija-Flor. Em 1953, a escola foi inscrita na Confederação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Em 1954, já disputava o carnaval.

O último título, em 2005, veio com o enredo O vento corta as terras dos Pampas. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani. Sete povos na fé e na dor… Sete missões de amor.


Confira o enredo do samba campeão da Beija-Flor

Áfricas: do berço real à Corte Brasiliana
Compositores: Cláudio Russo, J. Veloso, Carlinhos do Detran e Gilson Dr.
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor 

Olodumaré, o Deus maior, o Rei Senhor
Olorum derrama a sua alteza na Beija-Flor
Oh! Majestade negra, Oh! Mãe da liberdade
África: O baobá da vida Ilê Ifé
Áfricas:Realidade e realeza, axé
Calunga cruzou o mar
Nobreza a desembarcar na Bahia
A fé nagô-yorubá,
Um canto pro meu orixá tem magia
Machado de Xangô, Cajado de Oxalá
Ogum yê, o onirê, ele é Odara

É jeje, é jeje, é querebentã
A luz que vem de Daomé, reino de Dan
Arte e cultura casa da mina
Quanta bravura negra divina

Zumbi é rei
Jamais se entregou, rei guardião
Palmares hei de ver pulsando em cada coração
Galanga pó de ouro e a remissão enfim
Maracatu chegou rainha ginga
Gamboa, a pequena África de Obá
Da Pedra do Sal viu despontar a Cidade do Samba
Então dobre o run
Pra Ciata d`Oxum imortal
Soberana do meu carnaval na princesa nilopolitana
Agoye o mundo deve o perdão
A quem sangrou pela história
Áfricas de luta e de glória

Sou quilombola Beija-Flor
Sangue de rei, comunidade
Obatalá anunciou
Já raiou o sol da liberdade 

Veja Galeria de Fotos no final da página!

Fonte: Globo.com/Terra

 

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