Brasil

Bebê morre após ter diagnóstico errado em três hospitais

Dois dos três hospitais que atenderam Yohana da Conceição Caetano, diagnosticaram rotavírus. O terceiro disse que ela estaria "chorando de fome". No domingo, di

Um bebê de 6 meses morreu após passar por três hospitais diferentes sem receber diagnóstico certo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O caso foi registrado como homicídio culposo na 72ª DP, em São Gonçalo.

Dois dos três hospitais que atenderam Yohana da Conceição Caetano, o Darcy Vargas, em São Gonçalo, e o Getúlio Vargas Filho, em Niterói, diagnosticaram rotavírus. O terceiro, João Batista Caffaro, em Itaboraí, disse que ela estaria “chorando de fome”. No domingo, dia 14 de maio a criança morreu de pneumonia aguda.

“Minha filha perdeu muito tempo até ser socorrida da forma correta. Se tivesse recebido o atendimento adequado, ainda poderia estar viva”, acredita a mãe, a estudante Aline da Conceição Brito, 19 anos.

Inconformados, os pais da criança, o motoboy Israel de Deus da Conceição Caetano, 20 anos, e Aline, prestaram queixa. “Vamos solicitar a exumação do corpo porque a família desconfia de negligência médica”, afirma o delegado Alan Luxardo, que abriu inquérito e deve ouvir as primeiras testemunhas nos próximos dias.

O drama da família de Yohana começou dia 7 de maio, quando a menina teve vômito e diarréia. No Hospital Darcy Vargas, a equipe de plantão diagnosticou rotavírus e receitou soro caseiro. “Eles sequer tiraram chapa da minha filha. Apenas escutaram o peitinho dela e disseram que o pulmão estava limpo”, lembra Aline. No dia seguinte, a família a levou ao Getúlio Vargas Filho, que também diagnosticou rotavírus.

Dois dias depois, porém, como a menina ainda apresentava vômito e diarréia, a família recorreu ao Hospital João Batista Caffaro. De acordo com Aline, uma médica disse que a criança estava “chorando de fome” e, por isso, sugeriu que lhe dessem “leite desnatado”.

Em casa, o bebê continuou a passar mal. Desesperada, a família recorreu ao Pronto-Socorro de São Gonçalo, onde a menina recebeu soro. A falta de insumos básicos, como luvas, gaze e esparadrapo, agravou a situação. Um amigo, o corretor de imóveis Cláudio Portugal, 41 anos, teve de intervir para evitar o pior. “O hospital não tinha cateter para colocar na veia da criança”, diz Cláudio, que gastou R$ 250 na compra do material.

Na UTI pré-natal do Pronto-Socorro de São Gonçalo, mais um exemplo dos problemas na saúde da cidade. “Havia nove aparelhos respiratórios para nove crianças. Quando um deles pifou, as enfermeiras revezaram as crianças entre os oito restantes”, lembra Cláudio. A certa altura, a família de Yohana também teve de se revezar para bombear uma máscara manual de oxigênio. “Seguramos a tal máscara das 17h de sexta até as 7h de sábado”, conta Aline.

Terra

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