Brasil

Bebê de paraibana morta no Rio não corre mais risco de morte, diz avó

“O mais importante é que minha neta não corre mais risco de morte”, declarou esperançosa

O portal Clickpb conversou com exclusividade com a avó de Leiliane, bebê que sobreviveu após sua mãe, a adolescente paraibana Elenilda Justino da Silva, ter sido baleada em uma troca de tiros entre a polícia do Rio de Janeiro e traficantes em Santo Amaro. Segundo a avó da menina, a doméstica Lucineide Justino da Silva, Leiliane, como foi registrada, não corre mais riscos de morte.

Lucineide, porém, não soube informa quando a recém-nascida sairá da UTI do Hospital Carmela Dutra. “O mais importante é que minha neta não corre mais risco de morte”, declarou esperançosa.

A doméstica confirmou que vai entra na Justiça contra o Estado e que os tiros que atingiram Elenilda foram disparados pela polícia e ainda que os PMs se negaram a socorrer a jovem baleada e ainda tentaram impedir que um vizinho prestasse socorro a mais uma vítima da violência urbana da Cidade Maravilhosa.

Lucineide chegou a se emocionar e a chorar durante a entrevista e descartou a possibilidade de voltar a Paraíba depois do ocorrido. “Não. Já que minha filha está enterrada aqui, quero ficar perto dela”, encerrou a entrevista com a voz embaçada.

Instinto Materno

Jovem baleada sobreviveu o tempo necessário para que bebê nascesse. Médica que fez a cesariana diz que, pelo tipo de lesão, era mais provável que moça tivesse morrido ao levar tiros

O amor de Elenilda Justino da Silva, 16 anos, pela filha que carregava no ventre foi o que manteve viva a pequena Leiliane. Os dois tiros que a adolescente, grávida de oito meses, levou terça-feira à tarde, em tiroteio no Morro Santo Amaro, no Catete, perfuraram fígado, vesícula e diafragma. Ela resistiu o tempo suficiente para que o bebê fosse retirado numa cesariana de emergência e ainda respirava quando a menina nasceu.

“A paciente perdeu quatro litros de sangue. Estava em choque. É uma situação que leva à morte em poucos minutos. Mãe e filha poderiam ter morrido no local (dos tiros)”, disse a cirurgiã Teresa Cristina Reis, do Hospital Souza Aguiar, no Centro, que participou da cesariana. Ainda a caminho do hospital, em Kombi dirigida por vizinho, Elenilda repetia insistentemente: “Vou perder minha filhinha, minha neném?”. Só uma única vez, pouco antes de desmaiar, pensou na própria vida e, agonizando, perguntou: “Será que vou morrer?”.

Marcos Wéric
Clickpb

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