O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, de 15,75% para 15,25%. O corte de 0,50 ponto percentual ficou dentro da expectativa dos analistas, depois das turbulências enfrentadas pelo mercado nas últimas duas semanas. Com a redução, a taxa Selic é a menor desde fevereiro de 2001.
O Copom manteve a taxa sem viés, mecanismo que permitiria a mudança da taxa mesmo antes da próxima reunião, marcada para os dias 18 e 19 de julho. É a oitava queda consecutiva da Selic desde setembro de 2005, quando um corte de 0,25 ponto percentual reduziu a taxa de 19,75% para 19,50%. O nível mais alto da taxa básica durante o governo Lula foi de 26,5%, mantido entre fevereiro e junho de 2003.
A decisão do Copom já era esperada. Na ata da última reunião do comitê, em abril, o Banco Central já havia sinalizado que poderia diminuir o ritmo de queda da Selic, que seguia no mesmo passo desde setembro de 2005.
Mas a maior influência para a decisão parece ter vindo das turbulências enfrentadas pelo mercado nas duas últimas semanas. Na última quarta-feira, o dólar ultrapassou os R$ 2,40, atingindo a maior cotação desde 26 de agosto de 2005. No mesmo dia, a Bovespa atingiu seu menor nível desde 12 de janeiro, por conta da fuga dos investidores estrangeiros.
Todo esse nervosismo do mercado foi conseqüência da movimentação nos Estados Unidos. Com a divulgação de índices de inflação acima do esperado, os investidores passaram a temer uma alta na taxa de juros nos EUA. Essa elevação pode fazer com que os mercados emergentes, como o Brasil, se tornem menos atrativos aos investidores estrangeiros e pode provocar uma fuga de capital externo.
Na última semana, porém, outro índice da inflação norte-americana foi anunciado como dentro do esperado. Mas este dado, somado à inflação contida no Brasil (o IPCA-15 registrou alta de 0,27% em maio), não teve peso suficiente na decisão do Banco Central.
Em nota, o Banco Central informou apenas que irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.
INVERTIA
BC segue expectativa do mercado e corta Selic em 0,50 ponto
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