Voltou a chover forte entre o final da noite de quarta-feira e o início da madrugada de hoje no município de Miraí, na zona da mata de Minas Gerais, levando ao aumento do nível do rio Muriaé e causando o vazamento de mais lama e resíduos de sulfato de alumínio da barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases. Hoje pela manhã, a lama chegou ao norte do Rio de Janeiro e a água de três municípios foi cortada, deixando cerca de 90 mil pessoas sem abastecimento, de acordo com o Bom Dia Brasil. O rio Muriaé é afluente do Paraíba do Sul, que abastece o Estado fluminense.
O vazamento da barragem, ocorrido na manhã da quarta, deixou mais de 4 mil desabrigados em Muriaí. A Defesa Civil investiga se o dique emergencial montado pela mineradora na barragem, da qual vazaram ontem mais de 2 milhões de litros de resíduos para o Muriaé, não resistiu com a retomada das chuvas – a empresa será multada em R$ 50 milhões pelo governo mineiro.
Na cidade de Miraí, a elevação do nível das águas e o novo vazamento inutilizaram boa parte dos trabalhos de limpeza e recuperação das casas iniciado ontem. A cidade vizinha de Muriaé também está em alerta para o nível das águas.
Boa parte da população local de Miraí decidiu passar a madrugada acordada e fora de casa, por conta das cheias. Segundo o governo de Minas, no primeiro rompimento, 53% da capacidade total da barragem já tinham vazado.
A situação de alerta em Minas, Rio de Janeiro e todo o Sudeste devido às chuvas permanece nesta quinta-feira. A Defesa Civil anunciou temporais na região para o dia. O mau tempo afetou mais de 225 mil pessoas em Minas, onde pelo menos 21 pessoas morreram. Em todo o Sudeste, há cerca de 41 rodovias interditadas.
Redação Terra