Os principais aeroportos do país amanheceram lotados pelo segundo dia consecutivo, nesta quinta-feira (7). O movimento, porém, é menor do que o registrado na quarta-feira (6). Há registro de atrasos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Você teve que esperar para embarcar? Conte aqui a sua história.
Em Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, o terminal funcionou durante a madrugada, para que os vôos atrasados pudessem partir. Isso já havia acontecido na madrugada de quarta-feira (6). À noite, os passageiros reclamaram da situação. Um deles disse que o aeroporto parecia um campo de concentração. Nesta manhã, há pelos menos oito vôos atrasados.
Passageiros sofrem com atrasos nos aeroportos do país
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No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, 14 vôos estão atrasados. O movimento é maior do que o normal.
No Rio de Janeiro, dois vôos já foram cancelados no Aeroporto Internacional Tom Jobim, que iriam para Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). Outros aviões estão atrasados.
Em Brasília, pelo menos oito embarques e nove pousos estão fora do horário previsto e um vôo foi cancelado. Os passageiros informaram que houve tumulto durante a madrugada e a polícia teve que ser chamada para controlar a situação. Muita gente não se conformou em ter que passar a noite no terminal.
Pacote de medidas
Os passageiros vêm sofrendo com os atrasos nos vôos desde outubro, quando foi implantada a operação-padrão dos controladores de vôo. Esses profissionais decidiram seguir à risca as normas de segurança e reduziram o número de aviões monitorados simultaneamente. Eles pediam melhores condições de trabalho e a contratação de novos profissionais. O Governo federal cedeu e anunciou um concurso para a contratação de novos trabalhadores.
Em novembro, chuvas provocaram novos atrasos na operação dos terminais aéreos em diversos pontos do país.
Desta vez, a confusão recomeçou na terça-feira (5), quando o sistema de rádios do centro de controle de vôos de Brasília, o Cindacta-1, deixou de funcionar. Foram suspensas as decolagens em aeroportos do Sudeste e Centro-Oeste. A Aeronáutica está investingando as causas da pane na comunicação.
A alteração da operação provocou tumulto nos aeroportos. Muitos vôos tiveram que ser remarcados e, por isso, os terminais aéreos continuam congestionados.
Na quarta, balanço da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostrou que 436 vôos, em 67 aeroportos do país, partiram com atraso entre a meia-noite e às 17h. Do total de 1.184 vôos, 122 foram cancelados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência na noite de terça e determinou a compra de novos equipamentos para a torre de controle. Essa e outras providências para tentar resolver os problemas no setor devem ser divulgadas nesta quinta pelo Ministério da Defesa.
A Aeronáutica não descarta a possibilidade da falha de comunicação ter sido causada pelos próprios controladores de vôo. Para o coronel Franco Ferreira, da reserva da Aeronáutica e especialista em segurança de vôo, ocorreu uma sabotagem. Ele lembra que os controladores de vôo que trabalhavam no dia 29 de setembro, quando caiu o Boeing da Gol, estão sendo investigados e isso teria revoltado a categoria. No acidente, 154 pessoas morreram.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção aos Vôos, Jorge Botelho, porém, nega qualquer tipo de interferência por parte dos controladores de vôo nos últimos dias e diz que a pane aérea foi "coincidência" com o período de crise no sistema no país.
Fonte: G1