O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), considera oficializar publicamente em breve o nome do deputado federal da Paraíba Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu candidato para a sucessão na liderança da Casa.
Lira participou de uma celebração do aniversário de Motta na Câmara. O deputado do Republicanos publicou foto do encontro em suas redes sociais.
Nos últimos meses, a disputa pela sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados vinha se desenhando com três pré-candidatos principais: Marcos Pereira (Republicanos-SP), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).
Elmar, favorito entre os pares e visto como o nome mais forte para receber o apoio formal de Lira, era apontado como o candidato mais provável, com a expectativa de que o anúncio ocorresse até o fim de agosto.
No entanto, o cenário sofreu uma reviravolta com a entrada de Hugo Motta (Republicanos-PB), que corria por fora desde o último ano, mas cuja participação desestabilizou o equilíbrio pré-estabelecido. Lula deu aval para Hugo Motta concorrer na Câmara, diz deputado Marcos Pereira
Avaliação dos bastidores
A movimentação em torno de Motta deflagrou uma operação de Lira para tentar construir uma candidatura de consenso, reunindo-se com líderes partidários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em busca de uma composição que agradasse a todas as frentes. Contudo, essas articulações não surtiram efeito imediato, e o presidente da Câmara adiou a escolha do seu candidato enquanto as negociações prosseguiam.
O cenário foi ainda mais impactado na terça-feira (2), quando Marcos Pereira anunciou sua retirada da disputa. Pereira, ao sair da corrida, indicou Hugo Motta como seu substituto, justificando sua decisão pela falta de apoio unificado, especialmente após o recuo de Antonio Brito, que havia se comprometido a apoiá-lo.
Interlocutores de Lira avaliam que o apoio a Motta sacramentaria as eleições da Câmara. A análise é de que o atual líder do Republicanos teria o apoio do governo e do PL. E que dificilmente esse apoio migraria para outro candidato.
Segundo estes mesmos aliados, mesmo com a tentativa de aproximação, Elmar Nascimento não tem a simpatia do Planalto. Eles atribuem a mudança de rumo de Lira ao fato do nome de Elmar ter sido, indiretamente, vetado pelo Planalto. Se houvesse a concordância do governo com o nome do União Brasil, este já teria sido anunciado por Lira ainda em agosto.
Já sobre Antônio Brito (PSD), a avaliação é de que dificilmente o governo apoiaria o nome dele depois que o presidente do partido, Gilberto Kassab, negou o pedido do presidente Lula para retirar a candidatura.
No entanto, essa semana Elmar e Brito se reuniram. Os dois firmaram um pacto para se manter na campanha. Elmar se reuniu na terça-feira (10) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e há a expectativa de que ele encontre com Lula ainda nesta quarta (11). O ministro do Turismo, Celso Sabino, tem articulado a aproximação entre Elmar e o núcleo duro de Lula. Na Comissão de Constituição e Justiça, o União Brasil se aproximou do governo e apoiou a obstrução da pauta que previa a votação do chamado PL da Anistia.
G1