O governo segue com a preparação de medidas para estimular o crescimento da economia brasileira, mas aprovar e colocar em vigor o pacote só devem acontecer ano que vem, informou na quinta-feira o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Ele também afirmou que os ministérios irão conversar com as centrais sindicais sobre a correção da tabela do Imposto de Renda e do salário mínimo, ressaltando que a palavra final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"As matérias (medidas do pacote fiscal) que têm que ser aprovadas pelo Congresso só serão votadas no ano que vem, porque tem muita coisa no Congresso neste fim de ano", disse durante evento em São Paulo.
"Neste momento, o presidente (Lula) se dedica a essa agenda de medidas, à formação da equipe do próximo governo e a uma coalizão com partidos aliados para facilitar a tramitação no Congresso", acrescentou.
Questionado sobre a correção de 3 por cento da tabela do IR em 2007 e 2008 e sobre o reajuste do salário mínimo no próximo ano, Bernardo disse que o governo receberá as centrais sindicais, mas "isso tem que passar pela mesa do presidente".
Segundo ele, se houvesse correção pela variação da inflação e do Produto Interno Bruto per capita, "teríamos que dar 367 reais". Bernardo esclareceu que o Orçamento prevê o valor de 375 reais para o mínimo pois foi calculado com previsões ultrapassadas.
Bernardo considerou ainda "razoável" o mínimo de 375 reais, embora não tenha fornecido indicativos sobre o valor a ser estabelecido.
Pela manhã, dados oficiais confirmaram estimativas acanhadas para a economia brasileira no terceiro trimestre, quando o crescimento limitou-se a 0,5 por cento sobre o trimestre anterior. Para o ano, analistas e o mercado prevêem expansão inferior a 3 por cento, apesar de o governo ainda não admitir esse patamar.
Reuters