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‘Somente para brancos’: alunos de direito fixam cartaz em sala para simular segregação racial; colegas denunciam racismo

Os alunos são da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), no estado de São Paulo.

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Cartaz fixado em porta de sala de aula na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. (Foto: Arquivo pessoal/ reprodução g1 SP)

Alunos do 3º ano da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), no ABC Paulista, fixaram um cartaz com a frase “Entrada permitida somente para brancos” dentro da sala de aula sob a justificativa de que estariam simulando a segregação racial nos Estados Unidos durante uma atividade pedagógica. O caso aconteceu no início de novembro.

A foto foi tirada por um aluno, que não se identificou, e repassada em grupos no WhatsApp.

O advogado Juliano Amaral, que também é aluno de pós-graduação na mesma instituição, foi contatado por um estudante que recebeu a imagem e registrou um boletim de ocorrência por racismo contra a faculdade.

Após a denúncia, ele foi chamado para participar de uma reunião com o corpo docente da instituição, o professor e alunos que fizeram parte da dinâmica. Na reunião, eles alegaram que a placa foi colocada na porta de entrada da sala, durante a aula e que, no rodapé do papel, havia a informação de que a placa fazia parte de um trabalho acadêmico. A mensagem citada não aparece na foto.

A aula é ministrada por um professor branco.

A universidade afirma que, durante a aula de Sociologia e Antropologia, foi realizada uma atividade com o objetivo de promover discussões sobre as consequências jurídicas da prática do racismo e que a turma recebeu a tarefa de analisar e criticar o filme “Histórias Cruzadas” no contexto da legislação brasileira de combate ao racismo.

“O trabalho proposto tinha como objetivo claro combater o racismo, e, para tanto, o grupo elaborou um panfleto e materiais complementares que criticavam cenas do filme que retratavam a segregação racial entre brancos e negros. O material foi inspirado também pela prática de segregação racial abordada no Museu do Apartheid, na África do Sul, onde são utilizados ingressos diferenciados para brancos e negros como forma de impactar o público e demonstrar o caráter reprovável da segregação racial”, disse em nota a Faculdade de Direito.

A instituição destacou ainda que os cartazes foram fixados exclusivamente no ambiente da sala de aula “com a finalidade pedagógica de fomentar a reflexão crítica entre os estudantes presentes”.

“Histórias Cruzadas” é um filme de 2011, dirigido por Tate Taylor e se passa no Mississippi, nos Estados Unidos, na década de 1960, durante a segregação racial.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que o caso foi registrado no 1º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, que analisou o ofício enviado pela diretoria da instituição de ensino sobre a atividade pedagógica durante a aula de Sociologia e Antropologia. Após apuração dos fatos, a autoridade policial concluiu que não houve prática de ato criminoso.

Por g1 São Paulo

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