O advogado Antônio Prestes do Nascimento, que representa a família do tabelião Ercy da Silva Cardoso, morto em 2003, vai recorrer contra a absolvição da acusada devido a uma carta psicografada da vítima defendendo sua inocência.
Iara Marques Barcelos, apontada como ex-amante de Ercy e acusada pelo crime, acabou absolvida na semana passada em Viamão, na Grande Porto Alegre.
“Se a moda pegar, vai ser uma maravilha. Vou mandar meus clientes procurarem centro espírita”, ironizou Nascimento, que contesta o uso da carta no tribunal. Iara era amante do tabelião Ercy da Silva Cardoso, 70 anos, assassinado em 1º de julho de 2003, em Viamão, Grande Porto Alegre. Preso, o caseiro Leandro Almeida confessou ter matado o patrão por R$ 20 mil a mando de Iara. Após ser condenado a 15 anos, ele negou a autoria do crime e inocentou Iara.
O médium Jorge José Santa Maria psicografou a carta em 22 de fevereiro do ano passado. O marido dela, Alcides Barcelos, também amigo da vítima, fez o pedido.
Para a juíza da 1ª Vara Criminal de Viamão, Jaqueline Höfler, a absolvição declarada pelo júri – 5 a 2 – baseou-se em outras provas, como a versão do caseiro. “Não acredito que a carta tivesse tanta relevância”, diz. A promotora Luciene Wingert contestou a autenticidade da carta, mas, a princípio, não pensa em recorrer. Considerou que o documento não foi determinante.
Nome escrito errado
Lida no julgamento, encerrado na sexta-feira, a mensagem caiu do céu para a ré. “O que mais me pesa no coração é ver a Iara acusada deste feito por mentes ardilosas”. No texto, a vítima se refere ao marido de Iara como “Alcides”. “O tabelião chamava Alcides pelo apelido Nena. E na carta Ercy está escrito com ‘i'”, contesta o advogado Antonio Nascimento.
O médium Jorge Santa Maria alega ter escrito o que ouvia. Ele trabalha na Sociedade Beneficente Amor e Luz, que tem concorrida sessão de psicografia terça-feira à noite, em Porto Alegre. Para ele, outros acusados vão querer procurar o centro para provar inocência.
O Dia
Advogado recorrerá contra carta psicografada
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