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Abel nega ter negociado provas contra PSDB com Vedoin

O empresário Abel Pereira negou ter negociado supostas provas contra o PSDB com o empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado como líder da máfia das ambulâncias.

BRASÍLIA – O empresário Abel Pereira negou ter negociado supostas provas contra o PSDB com o empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado como líder da máfia das ambulâncias. 

Perante a CPI dos Sanguessugas, Pereira disse ter desconfiado que foi monitorado e filmado em uma de suas idas a Cuiabá com a intenção de forjar um suposto interesse dele em provas oferecidas aos Vedoin. O empresário justificou as constantes viagens à capital mato-grossense porque tem diversos negócios no Estado.

Dossiê contra petistas

Pereira confirmou que recebeu de Luiz Antonio Vedoin proposta para ele lhe fornecer provas contra o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, senador Aloizio Mercadante. O empresário disse que não levaria o caso adiante e se negou a receber informaçoes.

Ele também desmentiu o depoimento de Vedoin segundo o qual este teria lhe repassado nove cheques no valor de R$ 421 mil referentes a supostas comissões pela liberação de recursos junto ao ministério da Saúde.

Relações com Negri

O empresário afirmou que doou R$ 15 mil para a campanha de Barjas Negri, então ministro da Saúde durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, após a gestão de José Serra. Pereira informou que é empresário em Piracicaba (SP) e atua no ramo de terraplenagem e construção civil. É dono da Cicat, que fazia obras públicas e hoje realiza obras de empresas privadas. A Cicat, segundo Pereira, é uma empresa familiar.

Pereira informou que a doação para a campanha eleitoral de Negri foi feita em 28 de setembro de 2004, com todas as notas contabilizadas, documentos que foram remetidos à CPI. Disse que conheceu Barjas Negri em Piracicaba, por serem conterrâneos, mas afirmou que não tinha contato nem se relacionava com Negri durante sua gestão na pasta da Saúde.

Pereira é acusado de intermediar, no Ministério da Saúde, quando o tucano Barjas Negri era o ministro, a liberação de verbas de emendas parlamentares para prefeituras comprarem ambulâncias superfaturadas da máfia chefiada pelos irmãos Vedoin. Pereira é ouvido desde às 10h no Senado.

Também na próxima semana, mas ainda sem data definida, a comissão fará audiências com o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage Sobrinho; com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Guilherme Palmeira; e com os deputados Sérgio Miranda (PDT-MG) e Ricardo Barros (PP-RR), da Comissão Mista de Orçamento, com o objetivo de discutir procedimentos para evitar fraudes como as investigadas pela CPMI.

Propina

O empresário Abel Pereira negou que tenha recebido qualquer pagamento como propina por negócios escusos e que tenha firmado parceria comercial com a família Vedoin, proprietária da empresa Planam. "Desconheço esses fatos, não posso entender isso", afirmou à CPI.

Abel Pereira admitiu que conheceu e teve encontros com Darci Vedoin e chegou mesmo a conversar sobre uma parceria em negócios, pelo fato de ele, Pereira, ter gado em Mato Grosso. O empresário afirmou, no entanto, que essa parceria nunca se concretizou e sequer começou.

Admitiu que tanto ele como Darci chegaram a conhecer as empresas de ambos.

Pereira também prestou esclarecimentos sobre seus contatos com o então ministro da Saúde Barjas Negri, com quem teve uma audiência em julho de 2002, juntamente com um prefeito de Jaciara (MT), para obter verbas para a construção de um hospital na cidade.

Obras

Sobre a intermediação de Pereira junto ao então ministro da Saúde, Barjas Negri, para a construção do hospital em Jaciara (MT), o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), informou que a última liberação de verbas para as obras, no valor de R$ 495 mil, foi feita em 24 de dezembro de 2002.

Biscaia disse que pensava ser natural que o empresário estivesse interessado na obra por atuar área da construção civil. Como Pereira deu um sorriso, o deputado disse que, como resposta do depoente, ficava "com o sorriso".

Relatório Final

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse há pouco que o relatório final do colegiado deverá ser apresentado até o dia 15 de dezembro. Em princípio, o deputado descartou uma prorrogação dos trabalhos da CPI para janeiro, informando que não deverá haver convocação extraordinária do Congresso nesse período.

O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), informou que, na terça-feira (28), vão depor as duas últimas testemunhas sobre o caso do dossiê: Gedimar Passos e Hamilton Lacerda.

Casa dos Vedoin

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPMI, foi informado que um empregado doméstico dos Vedoin procurou o deputado Babá (Psol-PA) afirmando que tinha identificado documentos na casa da família que não tinham sido entregues à Polícia Federal. Esse empregado já teria prestado depoimento na PF e, por isso, Gaberia defendeu o acesso da CPMI a essas declarações.

Biscaia disse que, da última vez que esteve me Cuiabá, o delegado Curado informou que não restou nenhum documento depois da última busca e apreensão feita na residência dos Vedoin. Biscaia afirmou, no entanto, que vai se informar sobre esse episódio.

Adiado

O depoimento do ex-coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, que estava marcado para hoje foi transferido para terça-feira (28). Lacerda é acusado de levar o dinheiro (R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil) para Valdebran Padilha e Gedimar Passos.

Fonte: ultimosegundo

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