Uma noite perfeita. Dá para definir assim a última sexta-feira para John Lineker em Denver, nos EUA, onde venceu com nocaute no ONE 168, em sua primeira luta de muay thai na organização asiática. Ele bateu o americano Asa Ten Pow no segundo round e ainda embolsou o bônus de US$ 50 mil, cerca de R$ 283 mil. Em entrevista ao Combate.com, o lutador paranaense destacou que já tinha em mente o bônus para compensar a bolsa menor na modalidade.
– Fiquei feliz pelo bônus porque a luta de muay thai é bem menos a bolsa do que a de MMA. Falei: “tenho que ganhar esse bônus pra compensar”! Vi ali o “fifty thousand dollars”, aí completou a felicidade. A família agradece! São seis (filhos) agora, meu último filho está com 1 ano e 7 meses.
Aos 34 anos e quase 50 lutas na carreira, Lineker promoveu um verdadeiro atropelo diante do americano em sua estreia nas regras do muay thai do ONE – que têm adaptações das regras do muay thai tradicional. O brasileiro não deu deixou Ten Pow pensar e se impôs durante toda a luta.
– Fui com esse propósito de não dar espaço a ele, que ele é um atleta muito duro, um cara que vem de vitória, e tinha uns bons golpes da média para a longa (distância). Essa foi a minha intenção, chegar, cercar o espaço ali, encurtar e aplicar meu jogo de boxe. Deu tudo certo, como planejado, como eu queria que acontecesse (…). Percebi que, quando consegui jogar meus golpes no corpo, ele deu uma sentida, e foi o momento que cresci mais na luta. Aproveitei a oportunidade e consegui encaixar, daí comecei a escalar. Ele estava sentindo embaixo, comecei a escalar. Vi que ele estava sentindo, aproveitei o embalo e fui para a decisão.
Lineker ainda explicou como precisou se ajustar tecnicamente em função da diferença de tamanho, com 15 centímetros a mais de envergadura para o americano.
– Tive que posicionar os golpes porque no muay thai o cara fica muito ereto e faz essa defesa aqui (com braços e punhos fechando o peito), então tive que começar a jogar por trás do cotovelo e por trás da orelha. Se jogasse na distância ali mesmo que era para ser, pegaria tudo na guarda. Tive que abrir um pouquinho mais e pegar por trás do cotovelo e da orelha para abrir o caminho certo. Daí foi onde comecei a pegar, ele começou a sentir e começou a querer contragolpear e meus golpes foram chegando primeiro que os deles.
Fonte: Combate.com