Nocaute

Arcanjo trabalha lado mental por cinturão: “Sei que é algo muito importante”

Lutador manauara enfrenta o campeão Vanderlei Soul Glo no sábado, em São Paulo, pelo cinturão meio-médio: "Mostrar para todo mundo o que uma mente determinada pode conseguir"

Arcanjo trabalha lado mental por cinturão: "Sei que é algo muito importante"

O lutador Arcangelo Anjo é daqueles poucos que fogem do discurso “vou matar ele” ou “vou quebrar a cara dele”. O manauara, que no próximo sábado, 27, será o desafiante ao título meio-médio (até 77,1kg) no Jungle Fight 116, diante do campeão Vanderlei Sou Glo, aposta principalmente no lado mental. Em entrevista ao Combate antes da disputa em São Paulo, no ginásio Pelezão, Arcangelo pensa alto de olho no seu principal objetivo.

– Vou ser o melhor lutador de MMA do mundo. Não por mim, não por vaidade, mas para mostrar para todo mundo o que uma mente determinada pode conseguir (…). Vim de um projeto social. Eu arrastava pneu pelas ruas e as pessoas riam de mim. Passei por todo um processo. O pessoal vê troféu, mas não vê a cicatriz. Me sinto abençoado para essa luta. Estou confiante.

Se hoje pode se dedicar somente às lutas, principalmente por conta do apoio da família, Arcangelo ressalta que nem sempre foi assim.

– Trabalhei carregando colorau na feira da Manaus Moderna, saca de colorau de 50 kg. Passava a manhã todinha carregando. Cheguei a carregar cimento também na (casa de) material de construção do meu tio. Descarregava quase todos os dias da semana. Nesses dois trabalhos eu via minha mão cortada, suja de cimento e colorau, e pensava que não queria mais aquilo ali. Hoje em dia só treino. Graças a Deus têm pessoas que me ajudam.

Com um cartel que soma oito vitórias e quatro derrotas, a disputa de título no principal evento de MMA da América Latina não assusta Arcangelo. Na verdade, ele se preocupa mais com a condição de campeão.

– Estou bem tranquilo. Sei que é algo muito importante, que é algo grande, mas fico bem tranquilo, por incrível que pareça. Mas o que me preocupa mais é o depois. O que vou me tornar? Quais pessoas vão se aproximar de mim? Não quero mudar minha essência, não quero deixar de ser quem eu sou. Quero continuar deixando a bondade e a benevolência do meu lado, não quero mudar.

Após uma passagem por Três Rios-RJ, onde treinou na ATS Tubarões ao lado do ex-UFC Alex Cowboy, Arcangelo retornou a Manaus com seus antigos mestres e hoje treina no CT Brunocilla Luta Livre, na Fogaça X-Union e com André Nakay. Ele começou no mundo das lutas na capoeira e passou pelo jiu-jítsu até chegar no muay thai, ainda antes de se aventurar no MMA.

Arcangelo não sabe definir seu próprio estilo. Ele ressalta que o importante é se adaptar às necessidades que a luta trouxer.

– Meu estilo de luta estou procurando até hoje. (São) todas as artes, não só as que aprendi e que desenvolvi até hoje, mas também as que vou aprender, porque não tenho vontade de parar de conhecer artes marciais para me desenvolver. Então, acredito que o meu estilo ainda não é 100% definido. Tento agir da forma que o tempo determina. O que a ocasião pedir. Se for embaixo, finalizo, e se for em cima, nocauteio.

Na última apresentação, em março, no Jungle Fight 114, Arcangelo estreou na organização com uma finalização contra Édson Silva, no terceiro round, ainda no peso-médio (até 84kg). Sobre o campeão Vanderlei Soul Glo, o lutador manauara preferiu fazer mistério sobre o que percebeu de brecha no jogo.

– É um cara comprido, tem um biotipo bom, mas todos nós temos falhas, e a luta é isso. Você não pode errar. Prefiro mostrar a falar, porque levo como um ditado que tem na capoeira: “tudo aquilo que o momento determina”. Não sei em qual round, não sei qual é o momento, nem como vai ser, mas sei que vou ganhar. Espero realmente que ele esteja treinando bem, não só para dar um show, mas pelo conhecimento. Acho que a luta é uma troca de conhecimento – concluiu.

Fonte: Combate.com

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