A prisão do ex-deputado federal, Eduardo Cunha (PMDB), pivô do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (19),conseguiu criar algumas unanimidades: A primeira é entre populares. Afinal, tanto petistas quanto os que defenderam o impeachment ficaram felizes com a decisão de juiz Sérgio Moro de prender o ex-presidente da Câmara preventivamente. A segunda é entre a classe política, que viu com preocupação o encarceramento de Cunha.
Cunha teve que fazer dezenas ou melhor, centenas de acordos para ganhar o comando do Legislativo e certamente beneficiou muitos no perído em que presidiu a Casa. Além disso o deputado teve aliados de primeira hora, como o deputado federal, Wellington Roberto (PR/PB), que o defendeu mesmo diante da cassação evidente em plenário. Outros parlamentares que se afastaram no último momento, como Manoel Jr. e Hugo Motta, ambos do PMDB, provavelmente não acordaram tão tranquilos nesta quinta-feira. O motivo é que independente da possíbilidade de Cunha fechar algum acordo de delação, estão na “lista de ingratos” do ex-deputado, o que em tese pode provocar reações diversas, inclusive declarações que não necessariamente sejam verdadeiras, com o único objetivo de prejudicar quem o abandonou.
Se Cunh permanecerá calado ou vai abrir o bico é uma incógnita, mas não resta dúvida que o pedido do MPF fez todo sentido, já que o deputado tem dupla nacionalidade e recursos no exterior, o que poderia ser um incentivo a abandonar o país com os processos da Lava Jato em curso.
Para concluir, a prisão de Eduardo Cunha acaba com o grande argumento dos petistas: cadê a prisão de Cunha? Está aí! E fim de papo!