A delegada Paula Monalisa, da Delegacia da Mulher, afirmou nesta terça-feira (12) que o clamor popular ajudou a Polícia Civil a pedir a prisão do médico João Paulo Casado, filmado agredindo a ex-esposa em um condomínio no Bairro dos Estados, em João Pessoa. A informação foi dada pela delegada durante o programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM.
Como visto pelo ClickPB, a delegada falou que o caso vinha sendo investigado e acompanhado como outros casos que são da alçada da Delegacia da Mulher, mas a divulgação intensiva das imagens e o clamor popular aumentaram a necessidade de adoção de medidas contra o médico.
“Quando houve as agressões (em 2022), ela [vítima] foi ouvida, mas não quis prestar queixa. Talvez, ela não tenha enxergado na época que vivia em um ciclo de violência. No dia 23 (de agosto), ela decidiu registrar o caso e nos entregou imagens das agressões. Com a grande divulgação do caso, o clamor popular ajudou na decisão de solicitar a prisão dele [médico]”, falou a delegada como notado pelo ClickPB.
A delegada ainda relatou que, diferente do que a defesa do médico informou, de que a vítima não teria uma vivência saudável com o filho do suspeito, imagens entregues pela mulher mostram uma relação normal entre os dois, com a criança demonstrando afeto por ela.
“Normalmente o acusado quer desconstituir a figura da vítima. Ela é vítima e acabou, nada justifica a atitude dele. Se ela maltratava [o menino] por quê ele não denunciou? Procuramos saber na Delegacia da Infância e Juventude e não existe ocorrência registrada”, disse a delegada, como acompanhado pelo ClickPB.
Ainda conforme visto pelo ClickPB, a delegada contou que o pedido de prisão foi encaminhado à Justiça e que, até às 14h, não havia recebido resposta.
O crime
As agressões do médico vieram à tona após a divulgação de imagens de câmeras de monitoramento de um condomínio do Bairro dos Estados, que flagrou os atos criminosos do médico, que ocorreram em agosto de 2022.
Nas imagens, é possível ver o médico agredindo a companheira em dois momentos: um, na chegada ao condomínio, dentro de um veículo. Outro momento é dentro do elevador. Neste último momento, chama atenção a brutalidade da ação e que enquanto agride a esposa o médico está com uma criança, que seria filho do casal, no braço.
Após a divulgação do caso, o médico foi exonerado do cargo de diretor técnico do Trauminha, da Prefeitura de João Pessoa, e de um cargo que ocupava no Hospital de Emergência e Trauma da Capital. O Corpo de Bombeiros Militar, onde ele também trabalha, repudiou as agressões e informou que aguarda a investigação do caso para tomar outras medidas.