Foragidos

“Acostumados a dar golpe, tinham tudo premeditado para fugir”, revela ex-segurança de Antônio e Fabrícia Ais, donos da Braiscompany

Ismael Lira contou, em entrevista, que Antônio e Fabrícia Ais começaram a vender bens quando perceberam que o esquema estava ruindo

Justiça

Fabrícia Ais e Antônio Neto Ais, donos da Braiscompany — Foto:Reprodução

O casal Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, donos da Braiscompany, agiram premeditadamente e tinham tudo planejado para fugir do Brasil após dar golpes nos investidores. A informação foi dada nesta semana por Ismael Lira, em entrevista ao site Portal do Bitcoin. Lira trabalhou como segurança do casal até junho de 2022. 

De acordo com o que foi visto pelo ClickPB, Ismael Lira, que foi ouvido pela Justiça, contou que o casal Ais não tinha pena dos investidores que, muitas vezes, vendiam bens pessoais, como carros e casas, para investirem na empresa após caírem na lábio de Antônio Ais.

“[O casal estava] acostumado em dar golpe e participar de pirâmide financeira. Fugiram porque já tinham tudo premeditado Eles conseguiram enganar praticamente todo mundo. Não escolhia classe social, nem poupava quem estava em estado terminal. Tomaram casa, tomaram tudo”, afirmou o ex-segurança, como visto pelo ClickPB.

O ex-segurança disse que quando o esquema da Braiscompany começou a dar sinais de crise, o casal iniciou um plano para fugir do país, vendendo bens a preço inferior ao que valiam, como uma mansão avaliada em R$ 15 milhões, que foi vendida por R$ 12,5 milhões. 

Sobre o trabalho, Lira contou que fechou com o casal para trabalhar como segurança e receber R$ 2,5 mil por mês, mas que a carteira foi assinada com valor de um salário mínimo e que o restante ele receberia em criptomoedas.
 
“Eu era motorista, segurança, porteiro, lavava carro, cuidava de cachorro, levava menino para a escola, mandava emplacar carro, comprava passagens aéreas. Quando eles me entregaram a carteira [de trabalho] estava assinada com salário mínimo”, argumentou Ismael Lira.

Entenda o caso

A Braiscompany, de propriedade de Antônio e Fabrícia Ais, é suspeita de praticar um esquema de pirâmide financeira e causar um prejuízo calculado em mais de R$ 500 milhões a milhares de investidores.

A empresa, investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), foi alvo de diversos mandados de busca e apreensão no âmbito das Operações Halving e Select. Contra o casal existem mandados de prisão, mas eles conseguiram fugir da polícia e são considerados foragidos.

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