Saúde

Na Paraíba, 57% das mortes maternas no primeiro trimestre de 2021 foram causadas por covid-19

Em entrevista ao ClickPB, a coordenadora Estadual da Saúde da Mulher e da Rede Materno Infantil​, Fátima Morais, avalia que no mesmo período do ano passado, nenhum caso de óbito de gestante pelo vírus foi registrado.

Na Paraíba, 57% das mortes maternas no primeiro trimestre de 2021 foram causadas por covid-19

A gestora reforçou as orientações da Organização Mundial da Saúde, para que as mulheres evitem engravidar nesse cenário de crise sanitária, justamente pelos riscos que são inerentes a gestante. — Foto:reprodução

O número de mortes de grávidas e puérperas por Covid-19 aumentou em 2021 na Paraíba. Segundo dados da Secretaria de Saúde, o estado registrou um total de 55 óbitos de grávidas em 2020, destes 10 foram causados por Covid-19, um índice que representa 18,2 % de grávidas mortas pela infecção do vírus em todo o estado. Já em 2021, só nos primeiros três meses, dos sete óbitos, quatro foram consequência da Covid-19, um índice de 57 % das mortes. 

Em entrevista ao ClickPB, a coordenadora Estadual da Saúde da Mulher e da Rede Materno Infantil, Fátima Morais, avalia que no mesmo período do ano passado, nenhum caso de óbito de gestante pelo vírus foi registrado. Para ela, os dados mostram um cenário que é reflexo do aumento de casos em geral, influenciado o contágio em grávidas e puérperas. “Percebemos que tem um aumento em relação ao número de óbitos. Se formos levar em conta o ano inteiro de 2020, a gente vai ver que a tendência é que a gente tenha uma elevação no número de óbitos maternos com a Covid-19. No mesmo período do ano passado não tínhamos nenhum óbito do vírus na Paraíba”, destacou.

Segundo ela, os dados também se ampliam ao número de leitos nas maternidades. “A ocupação de leitos de grávidas com Covid-19 ano passado não tinha o mesmo aumento que esse ano. O aumento de casos é de forma geral, e isso reflete também nesse público”, destacou. 

A gestora reforçou as orientações da Organização Mundial da Saúde, para que as mulheres evitem engravidar nesse cenário de crise sanitária, justamente pelos riscos que são inerentes a gestante. “A gestante é grupo de risco. As mulheres devem evitar engravidar neste período de pandemia. A própria Organização Mundial da Saúde orienta isso desde o ano passado. Que as mulheres aguardem para engravidar depois que a pandemia passar. Esse grupo já tem todas as alterações fisiológicas, que altera imunidade e todos os demais quadros, pela sensibilidade provocada pela gestação. Com o contágio, o quadro da mulher pode se agravar colocando em risco tanto a gestante, quanto o bebe. As mulheres precisam considerar a vida dela e do filho”, destacou.

De acordo com os dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e, segundo a atualização mais recente, com números até 10 de abril deste ano, desde o início da pandemia foram confirmados 9.985 casos de covid-19 entre gestantes e puérperas, com 815 mortes em todo o país.  Em todo o país, o aumento de mortes neste grupo ficou muito acima do registrado na população em geral, segundo dados analisados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19). 

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