Clilson Júnior

Terceirização e o medo de Daniel!

Lembra daquela frase que diz que o inimigo primeiro entra na casa do seu vizinho e você não reage por […]

Lembra daquela frase que diz que o inimigo primeiro entra na casa do seu vizinho e você não reage por que não foi com você. No outro dia o ladrão entra na casa do lado e mesmo assim você também não tem o que dizer, pois a sua casa ainda está livre. A próxima casa será a sua. 

É o que está acontecendo com a educação em João Pessoa. Fiz uma entrevista com o presidente do SINTEM, Daniel que me chamou atenção. 

O medo de Daniel é que com a terceirização da merenda escolar, Ricardo dispare um processo de terceirização total da educação em João Pessoa. Faz sentido. Daniel levantou o seguinte questionamento: “Como pode uma empresa terceirizada, que produz a merenda dentro da mesma estrutura de antes, utilizando o espaço físico, da energia da prefeitura, da água da prefeitura, a mão de obra da prefeitura e mesmo assim a administração diz que a merenda pulando de R$ 0,22 para R$ 1,25 como algo viável e que produziu uma economia justificável?”. 

Deve ser viável e justificável para quem contratou. Está escrito na licitação da merenda, que a empresa ganhadora seria responsável por preparar e distribuir a alimentação dos 70 mil alunos de João Pessoa. Ninguém consegue entender essa “entrega” de forma obscura a uma empresa mais enrolada que rabinho de porco em todo o Brasil. A empresa chama-se SP Alimentação. Coloca esse nome no Google para ver o rosário de encrencas que a dita cuja está metida. 

Mas voltemos à tese de Daniel do SITEM. Segundo Daniel, o perigo é que depois da merenda, seja a vez dos vigilantes da rede municipal de ensino. Não seria mais viável substituí-los por uma segurança privada ou quem sabe, eletrônica? Claro que sim. 

Após a terceirização da segurança nas escolas de João Pessoa, quem sabe Ricardo poderá terceirizar a gestão de cada escola em nome de uma agilidade e economia para o município? Para terceirizar mão de obra dos educadores seria um pulo. Existem empresas e modelos no Brasil que toma conta da educação de municípios, a começar pelos livros didáticos e pelo treinamento pedagógico do corpo docente. 

Tudo começa pela merenda.

Começo e me preocupar com o alerta do professor Daniel do SINTEM.

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