Clilson Júnior

Twitter é chato (coisa de velho)

Quem "dirige" a popularidade do Twitter? Não são os adolescentes. por CLAIRE CAIN MILLER, no New York Times, 25.08.2008 Kristen […]

TwitterQuem "dirige" a popularidade do Twitter? Não são os adolescentes.

por CLAIRE CAIN MILLER, no New York Times, 25.08.2008

Kristen Naky, uma jovem de 18 anos de Sparta, Nova Jersey, manda e recebe 500 mensagens de texto por dia. Mas ele nunca usa o Twitter, embora seja uma ferramenta para pequenos recados e observações.

"Eu acho que é estranho e penso que nem todo mundo precisa saber o que estou fazendo a cada segundo de minha vida", ela diz.

A relutância dela em usar o Twitter, um sentimento que divide com outras pessoas do mesmo grupo etário, não condenou o serviço de microblogagem. Apenas 11% dos usuários tem entre 12 e 17 anos, de acordo com a comScore. Em vez disso, a explosiva popularidade do Twitter, sem precedentes, foi causada por um grupo de pessoas mais velhas. O sucesso acabou com a crença de que os mais jovens são sempre os responsáveis por popularizar inovações.

"O modelo tradicional dos inovadores dizia que os adolescentes e os estudantes universitários eram fundamentais", diz Andrew Lipsman, diretor de análises da comScore. Os adolescentes, afinal, foram os responsáveis pelo crescimento inicial das redes sociais Facebook, MySpace e Friendster.

O Twitter, no entanto, provou que "um site pode decolar através de outra faixa etária e se tornar muito popular", ele disse. "O Twitter está desafiando o modelo tradicional".

De fato, embora os adolescentes tenham sido responsáveis pelo crescimento das redes sociais, hoje eles representam apenas 14% dos usuários do MySpace e 9% dos usuários do Facebook. Enquanto a internet envelhece, os usuários também e, para vários analistas, o sucesso do Twitter representa um novo modelo. A noção de que as crianças são essenciais para o sucesso de uma nova tecnologia, está provado, é um mito.

Foram os adultos os responsáveis pelo sucesso de serviços populares na rede. O You Tube atraiu jovens adultos e depois idosos antes dos adolescentes. Os usuários iniciais do Blogger eram adultos e o Linkedln montou uma rede social bem sucedida tendo os profissionais como alvo.

O mesmo é verdade para as novas engenhocas. Embora os videogames tenham sido vendidos originalmente para crianças, os Wiis da Nintendo já são usadas em casas para idosos. O Kindle, da Amazon, pegou primeiro entre os adultos e vários outros aparelhos, como os iPhones e os aparelhos de GPS, atrairam apenas adultos.

Da mesma forma, o Twitter não atraiu jovens que ditam a moda. Seu crescimento, em vez disso, resultou do envolvimento de adultos que podem não ter usado outras ferramentas sociais antes, de acordo com Jeremiah Owyang, um analista da indústria que estuda as mídias sociais. "Os adultos agora fazem o que os adolescentes faziam há anos", ele afirma.

Muitos jovens, que tem familiaridade com o Facebook desde que começaram usar a internet e para os quais as mensagens de texto são a principal forma de comunicação, dizem que simplesmente não tem necessidade de usar o Twitter.

Quase todo mundo de menos de 35 anos participa de uma rede social, mas o crescimento dessas redes no ano passado veio de adultos mais velhos, de acordo com pesquisa da Forrester Research divulgada terça-feira. O uso das redes sociais por pessoas entre 34 e 54 anos cresceu 60% no último ano.

Outra razão pela qual adolescentes não usam o Twitter é que as vidas deles tendem a girar em torno dos amigos. Embora os fundadores do Twitter tenham concebido a ferramenta como forma de manter contato com conhecidos, ela tornou-se eficaz para divulgar perguntas ou perguntas e respostas ou para fazer marketing de produtos. É também uma forma de marketing do usuário, uma necessidade que poucos adolescentes tem.

"Muita gente usa o Twitter por razões profissionais manter contato com gente do mesmo ramo de trabalho ou seguir as notícias", diz Evan Williams, o co-fundador do Twitter e presidente da empresa. "Como é uma rede de um para muitos e a maior parte do conteúdo é público, funciona melhor para publicidade do que uma rede social, que é otimizada para comunicação entre amigos".

Wendy Grazier, uma mulher do Arkansas, disse que as duas filhas dele, adolescentes, acham o Twitter "chato". Ainda assim pediram à mãe para seguir as estrelas pop Miley Cyrus e Taylor Swift, para saber o que as celebridades falavam no Twitter. Por que as meninas não faziam isso por conta própria? "Parece algo profissional, não algo que um adolescente faria", diz Miranda Grazier, de 16 anos. "Talvez eu entre no Twitter quando ficar mais velha".

A natureza pública do Twitter é particularmente sensível para a turma de menos de 18 anos, ou porque eles querem esconder o que fazem dos pais ou, mais frequentemente, porque os pais restringem as interações que eles tem com estranhos na rede.

Georgia Marentis,de 14 anos, de Great Falls, Virginia, usa o Facebook em vez do Twitter porque ela pode escolher quem lê o que ela escreve. "Meus pais não gostariam que todo o mundo soubesse do que faço na minha vida", ela disse. (Por causa da natureza pública das redes sociais e da facilidade de criar uma identidade falsa na rede, mesmo sites que tem opções de privacidade já se provaram perigosos para jovens, em alguns casos).

Muitos jovens não usam a rede para se manter em dia com as notícias, mas para formar e expressar suas identidades, diz Andrea Forte, que estudou como os estudantes secundaristas usam as mídias sociais para sua dissertação. (Ela será professora-assistente da Universidade de Drexel no próximo ano letivo).

"Sua identidade no Twitter reside mais na habilidade de resumir uma conversa, de dar uma dica interessante. Sua identidade não tem relação com a música que você gosta de ouvir ou com os jogos que gosta de jogar", como no Facebook, ela diz. Ela descreve o Twitter, por comparação, como "conversa de adultos".

Para o futuro do Twitter, a ambivalência dos jovens pode acabar sendo uma coisa boa. Os adolescentes se sentem mais confortáveis usando novas tecnologias, com certeza, mas são notavelmente pouco "fiéis". Embora eles tenham impulsionado o Friendster e o MySpace, logo trocaram para sites como o Facebook.

Talvez a experiência do Twitter vá encorajar novas empresas da internet a ter uma visão mais realista do uso da rede e a buscar audiencias mais amplas, disse Ms. Forte. "Investir no público mais velho pode ser inteligente, em vez de eternamente correr atrás apenas dos que tem entre 15 e 19 anos de idade", ela afirmou.

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