BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (FOLHAPRESS) — O último domingo (31) marcou o fim da dragagem de areia para as obras de ampliação da praia Central, em Balneário Camboriú (SC). Isso não significa, porém, que a nova orla esteja liberada.
Será preciso aguardar ainda até três semanas para a praia estar totalmente disponível para uso, segundo o prefeito Fabricio Oliveira (Podemos). No feriado de Finados, porém, banhistas invadiram a área isolada para aproveitar o dia ensolarado, com temperaturas próximas de 30ºC.
“Agora nós temos uma desmobilização e retirada dos canos. Toda essa saída está prevista para até o final de novembro. A praia pode ser liberada aos poucos em alguns lugares, mas na sua totalidade somente quando os canos forem retirados, que daí é a última etapa”, afirmou o prefeito à Folha de S.Paulo.
Na quarta-feira (3), foi concluída a remoção de dois quilômetros de tubos que estavam na praia. A partir desta sexta-feira (5), começa a retirada dos canos que estão na água -o encanamento levava a areia da draga, em alto-mar, até a praia. Essa etapa deve levar cerca de duas semanas.
Ao todo, são mais dois quilômetros de tubulação que precisam ser removidos, conforme o engenheiro civil e diretor de planejamento e gestão orçamentária da prefeitura, Toni Fausto Frainer.
Os tubos foram soldados e agora vão ser cortados novamente. “Em terra, os canos são cortados de 12 m em 12 m. Cada tubo de 12 m pesa 4 toneladas”, conta.
O encanamento está sendo reunido no canteiro de obras no pontal norte, localizado no final da praia. Dali, parte dos tubos será depositada em um terreno próximo à BR-101, e o restante será levado para outras duas obras de alargamento de faixa de areia, em Santos (SP) e em Fortaleza (CE).
“Esse tubo tem espessura de em torno de 22 milímetros. Claro que, com todo esse transporte de areia, o tubo vai se desgastando. Aí a empresa faz o monitoramento e quando chega a 16 milímetros eles colocam para sucata. Pelo monitoramento aqui da obra, a tubulação consegue trabalhar mais uma operação”, avalia o engenheiro civil.
Além da retirada dos canos, também está sendo feita a terraplanagem da nova faixa de areia. O serviço é considerado essencial para evitar atolamento de banhistas, como ocorreu na última semana, quando duas mulheres que precisaram ser resgatadas por salva-vidas.
A área, ainda que restrita, registrou ocupação em massa de banhistas no feriado de Finados e, por isso, a terraplanagem acabou sendo suspensa. “Sempre que se inicia a operação a gente faz avaliação se é possível ou não. No feriado a gente avaliou que não deveria trabalhar naquele dia porque havia risco muito iminente [de acidentes]”, disse Frainer.
Com o fim do alargamento da faixa de areia, a prefeitura agora volta as atenções para o calçadão. Ainda em novembro, deve ser apresentado o projeto de revitalização e ampliação do passeio. Hoje, alguns trechos do calçadão têm três metros de largura e a calçada dos pedestres se mistura com a ciclovia.
A terraplanagem também vai ajudar nesse processo, nivelando a faixa de areia com o passeio que ladeia a praia. O serviço está sendo realizado em uma área de 2,3 quilômetros de extensão, com início na rua 1.800 até o pontal norte. Por enquanto, o local está isolado.
Conforme o prefeito, a intenção é ampliar o calçadão para 20 metros e criar três pistas, uma de caminhada, outra de corrida e uma terceira para ciclistas e usuários de patinetes. A última deve ser “segregada”, sem proximidade com os veículos e protegida por jardins para garantir mais segurança. O projeto não prevê ampliação no número de pistas para veículos — hoje são duas.
“[No novo calçadão] vamos ter jardins, academia de ginástica, espaço para pets, chuveiros decentes, banheiros decentes, pistas de bocha, quiosques e novas atrações na praia. Vai ser um parque a céu aberto, vamos ter um gramado, as pessoas vão poder fazer até piquenique com grama, areia e mar”, promete.
O aparecimento de tubarões durante as obras de ampliação do canal foi considerada uma situação pontual pelo prefeito. Segundo o político, apenas um animal foi flagrado por câmeras.
“Na verdade isso sempre aconteceu, estamos tendo o aparecimento de focas, baleias e golfinhos. Hoje a nossa água está mais clara, nós tínhamos uma frequência daquelas algas e hoje já não temos mais. Nossa balneabilidade é positiva, a nossa água está muito mais limpa, então a visualização desses animais marítimos se torna mais frequente. Não vejo nenhum perigo em relação à segurança das pessoas”, disse Oliveira.
Ao todo, quatro tubarões se aproximaram da costa de Balneário Camburiú e outros 16 foram vistos por pescadores da enseada, mais distantes da orla, desde agosto, quando começaram as obras para ampliação da faixa de areia da praia central da cidade.
Três tubarões-martelo foram avistados, perto do molhe da praia há um mês. Uma outra espécie do animal esbarrou no surfista Pita Tavares, que se assustou com o visitante.
“O tubarão passou por cima da minha perna e me atacou pelas costas. Pegou na minha roupa e me puxou para o fundo. Bati com a prancha e consegui soltar. Ele não me pegou, não me mordeu. Mas fica o alerta. Foi mais o susto, pensei até em parar de surfar”, disse o surfista em suas redes sociais.