No dia 25 de maio, uma viatura da polícia civil estacionou em frente à redação do Portal ClickPB. Um agente desceu e procurou a diretoria deste portal. O policial trazia uma “intimação” para este colunista, mas como forma de intimidação ou desconhecimento da Lei, o documento foi direcionado ao dono do portal, para que ele “determinasse” minha ida à delegacia. A intimação caiu nas mãos do nosso editor, Janildo Silva. A DESCON, que tem a frente a delegada Maria das Graças Alves de Morais, queria ouvir este colunista no inquérito policial instaurado que investiga a concorrência do lixo da cidade de João Pessoa e que originou o total de três contratos com empresas privadas.
A denúncia principal diz respeito a um gigante montante de dinheiro, já que o valor do contrato anterior era de R$ 41.288.965,29 e o somatório dos três novos contratos chegaram a R$ R$ 135.563.891, ou seja, o Município “investiu” na limpeza urbana um valor milionário de R$ 94.276.926 a mais do que o contrato anterior.
No dia 14 de junho às 14h30 fui à delegacia depor como testemnunha no processo que investiga a licitação do lixo em João Pessoa, mas a delegada não estava. Fui acompanhado do amigo Maurílio Batista. Até hoje quero depor, mas a doutora não me intima. Quero bis. Gostaria de ampliar meu depoimento, se é que acontecerá. Além do “lixo”, quero falar da “merenda”, do “pão”. Quero nesta oportunidade, denunciar as relações perigosas da Prefeitura de João Pessoa. Quero mostrar nomes, provas, contracheques, que apontam para uma relação promíscua que toma conta de nosso estado. Outros jornalistas, a exemplo de Rubens Nóbrega, também foram intimados, mas a delegada não ouviu ninguém jamais. Sempre esteve ausente, talvez por motivo de “força maior”.
Doutora, eu quero depor, me intime por favor e apareça na delegacia quando marcar a nova audiência.
Hoje estivemos na OAB, eu, Maurílio Batista, Dércio Alcântara e Janildo Silva. Fomos recebidos pelo presidente em exercício da OAB/PB, Bruno Veloso, pelo presidente do NAE, Léo Vieira, pelo conselheiro, Nildo, e pelo tesoureiro Antônio Gabínio. Solicitamos da entidade que representa os advogados no estado, apoio ao livre exercício do jornalismo na Paraíba.
O encontro foi necessário, diante de casos “explícitos” de abuso de poder e cerceamento na liberdade de expressão, onde veículos, jornalistas, blogueiros e colunistas estão sendo coagidos pelo aparato estatal, inclusive com uso de força policial.
O presidente da OAB disse que a entidade está sempre aberta para ouvir a sociedade civil, principalmente quando se trata de preservar os direitos e garantias fundamentais do cidadão e a liberdade de expressão. “A Ordem não se furtará de tomar as providências e medidas necessárias”, disse Bruno.
Após o encontro, decidimos realizar uma reunião, na manhã desta sexta-feira (15), com representantes da categoria para a elaboração de um documento a ser entregue na OAB, Federação Nacional dos Jornalistas, Ministério Público Estadual, Sindicato dos Jornalistas e Associação Paraibana de Imprensa para solicitar o apoio das entidades representativas na defesa do Estado Democrático de Direito.
Clilson Júnior
Radialista, Jornalista e Blogueiro, atuou em vários programas de rádios em João Pessoa e foi diretor comercial da Rede Estação Sat em Pernambuco
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