Clilson Júnior

Cinismo genocida, quem diria…?

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Amadeu Robson Cordeiro
Auditor Fiscal

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     Passando em frente a uma livraria, aqui em João Pessoa, li uma frase que me lembrou a escritora paulista Ilka Laurito, o que vem confirmar que a nossa mente é muito pródiga quando se trata de associarmos o nosso momento atual a alguns acontecimentos da história da humanidade.

 

     Freqüentemente, nos escandalizamos com atitudes politicamente incorretas, como a que vivenciamos enquanto categoria funcional e que temos notícias pelos jornais e mídia do cotidiano. E achamos que o mundo de hoje está perdido, louvando os tempos de antigamente em que, supostamente, tudo teria sido melhor e mais digno!…Este mundo está perdido há muito mais tempo do que acreditamos. Tempo em que não havia jornais, televisão, internet, mas existiam outros meios de veicular desmandos e bandalheiras.

 

     Relembrando as salas de aulas, lembrando a História Antiga, vejo que Cleópatra vive. Não, não estou fazendo suposições infundadas, geradas por uma mente catastrofista. A coincidência entre a antiguidade e a atualidade me leva a assim crer. Contam que o único documento conhecido e assinado por Cleópatra, a famosa rainha do Egito, foi um papiro do ano 33 a.C, onde transcrevia a seguinte frase: “Deve ser assim”, uma espécie de equivalente arcaico do nosso tempo: “Falei, está falado e ponto final”. E com aquela ordem definitiva e peremptória no dito cujo papiro, “a rainha ordenava a um subordinado que corrompesse o chefe do exército romano”.

 

     Os primeiros parágrafos deste texto é o prefácio para o contexto do movimento dos Auditores Fiscais do Estado. Recentemente, retornamos as nossas atividades por força de decisão judicial. Hoje, vemos que o nosso dia-a-dia produz fatos hilariantes, como também, atitudes corajosas, exemplares e dotadas de brio, como a dos colegas José Marconi, Joaquim Solano e Geisa Ioma. Mas tenho uma certeza inabalável: a greve continua a nos unir.

 

    Hoje, vejo que a distensão em não negociar com a categoria seguia um ritual preordenado, com a nítida intenção de aliciar separadamente, numa tentativa de premiar o medo, a timidez e, principalmente, o individualismo. Assim, quando uma autoridade pública acena positivamente para cooptar pela via solitária, presta desserviço à construção da consciência política coletiva e ao sonho de mudar da sociedade.

 

     Quando atitudes como essa partem de alguém instalado no poder que já foi sindicalista, que já fez greve, que incentivou a movimentos de mudanças, que se espelhou em o Super Homem como defensor dos fracos e oprimidos, e hoje branda aos ventos tal qual He-Man, do seu Castelo de Grayhukk: “eu tenho a forçççaaaa”, vejo que estamos diante de uma grande mentira, ao tempo em que nos deparamos com uma grave e séria ameaça.

 

     Mas o tempo passa, como já se passaram milênios da antiguidade. O puxa-saquismo na corte sempre existirá, lembrando que os que inquirem serão em breve expurgados porque deveriam agradar calorosamente ao grande “Rei”. Essa época também deve acabar. Hoje o tempo é de competência, de modernidade, de solidariedade humana e respeito.

 

     Achar que o poder tudo pode é um erro grasso que cometem todos os governantes medíocres que nunca terão seus nomes escritos na história. No máximo, passam como aquele maremoto na Ásia, deixando lembranças e estigmas, fazendo o povo sofrer, sentindo dor.

 

     Sim, só para lembrar, as nossas Cleópatras da atualidade usam Chanel; não transitam em liteiras puxadas a escravos, mas em veículos de última geração, movidos a gasolina, pilotados por humildes e simples servidores, despidos de virtuosos Armanis. Tudo pago com nosso dinheiro. Cleópatra, quem diria, está mais do que atualíssima.

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