O Maior São João do Mundo de Campina Grande já começou 2019 com o pé esquerdo. Mas, nada a ver com má sorte. O empresário Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva, um dos donos da Aliança Comunicação, responsável pela organização do evento em 2017, 2018 e também já acertado para 2019, foi preso (outra vez!) nesta terça-feira (19), na operação Fantoche da Polícia Federal. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na Operação Esopo.
Apesar de todos os problemas ocorridos em 2018 – adiamento do início da festa devido à greve dos caminhoneiros, decisão da Justiça que suspendeu a execução de músicas, incêndio nas barracas do Parque do Povo e os fatídicos ataques por agulhadas, a Prefeitura de Campina Grande resolveu renovar o contrato com a empresa Aliança para promover o São João de 2019 e isso custará aos cofres públicos o valor de R$ 2,99 milhões.
A prefeitura alega que a licitação feita em 2017, a pretexto de Parceria Público-Privada, prevê a possibilidade de renovação do contrato por três anos com a empresa. Como se somente isso justificasse manter essa empresa que só provocou dissabores na maior festa de Campina Grande, prevista este ano para acontecer de 31 de maio a 30 de junho.
O que nós forrozeiros precisamos saber, prefeito Romero Rodrigues, é quais as quadrilhas que irão atuar.
Fantoche
Esta operação de hoje, denominada de Fantoche, tem como alvo dos mandados de prisão gente muito graúda, como o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, já preso, o diretor da Aliança, Luiz Otávio Gomes, e o presidente da Fiep na Paraíba, Buega Gadelha, que ainda não foi encontrado pela PF.
A Operação Fantoche investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. A investigação aponta que um grupo de empresas, sob o controle de uma mesma família, vem executando contratos, desde 2002, por meio de convênios tanto com o ministério, quanto com as entidades. Eles já receberam mais de R$ 400 milhões. Foram emitidos, ao todo, dez mandados de prisão.
Estão sendo investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
A investigação, que tem o apoio do Tribunal de Contas da União, aponta que o grupo costumava utilizar entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema S.
A maioria dos contratos eram voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados ou que não foram concluídos, com recursos desviados em favor do núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.
Além da Paraíba, a Operação acontece no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas.