Clilson Júnior

Fim da Paraíba FM

Hoje fiquei espantado com a notícia do fim da programação da rádio Paraiba FM. Sou meio besta e me emociono […]

Hoje fiquei espantado com a notícia do fim da programação da rádio Paraiba FM. Sou meio besta e me emociono com notícias ruins. A partir do dia 2 de fevereiro no mesmo espaço ouviremos a CBN. Nada contra. Com o fim, aproveito para revelar o que o amigo Gutemberg Cardoso fez questão de registrar na estréia, um agradecimento especial a este colunista e amigo. Quando a navalhada foi dada no Sistema Correio, foi através de mim e linkado por Maurílio Batista, que o empresário Eduardo Carlos convidou Gutemberg para criar esta programação. Com a notícia de hoje me sinto orfão e novamente gosto de lembrar que ficaremos orfãos de notícias verdadeiras. “O bom jornalismo se faz e se constrói com boas perguntas. O jornalismo de excelência se faz com excelentes perguntas” e isso foi feito durante quase dois anos na programação desta rádio.

 

 

Com o sepultamento da Paraiba FM, só resta lembrar Luiz Cláudio Cunha, jornalista gaúcho.

Anotem…

O governo, qualquer governo, faz mal à imprensa. A imprensa, toda a imprensa, faz bem ao governo – principalmente quando critica. Governo não precisa do “sim” da imprensa. Governo evolui com o “não” da imprensa. A proximidade da imprensa com o governo abafa, distorce o jornalismo. A distância entre governo e imprensa é conveniente para ambos, útil para a sociedade e saudável para a verdade. Jornalismo é tudo aquilo de que o governo não gosta. Tudo aquilo de que o governo gosta é propaganda.

Certa vez, o segundo presidente da ditadura, general Costa e Silva, queixou-se das críticas da imprensa. Sua interlocutora, a condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil, esclareceu que eram apenas “críticas construtivas”. O general, sempre franco, foi direto ao ponto: “Mas o que eu gosto mesmo é de elogio.”

Fico impressionado em ver amigos fazendo o papel de assessoria, quando ocupam espaços preciosos no rádio, na TV e em suas colunas em blogs e portais. É um erro. Quem deve defender governo são os secretários, deputados e suas assessorias. Jornalismo é para atacar mesmo. Mostrar o que não pode ser visto pelo população. Imprensa é para denunciar escândalos como da Fazenda Cuiá. Radialista tem que denunciar a safadeza de um gari-laranja que ganhou uma licitação milionária na EMLUR ou uma primeira-dama que come cauda de lagosta na Granja, enquanto a seca devora a honra de sertanejos por todo estado. Imprensa tem que denunciar a situação dos professores que ganham menos de 2 salários mínimos no estado, no município e nos cambaus. Putaquipariu, essa é nossa missão.

Jornalismo é tudo aquilo de que o governo Ricardo Coutinho não gosta. Eu quero que ele me odeie ainda mais. Denunciei a merenda da SP Alimentação antes mesmo da realização da licitação vergonhosa. E se não houvesse denunciado naquela época, seria tão corrupto e comprometido, quanto as pessoas que fazem parte da máfia da merenda.

Denunciei a licitação do lixo, do brinquedo, do gari. Denunciei as rachaduras da Estação Ciência. Mostrei que aquela construção foi licitada em 13 milhões e no final da história foi pago mais de 50 milhões de reais para nada. Ricardo e Agra, Maranhão e Cássio, Cícero e Chico Franca, Lula e FHC gostam de propaganda e eu não faço e nem farei propaganda para ninguém. Desafio aqui algum elogio nesta coluna a qualquer politico feita por esse colunista. Eu nasci para ser contra governos e é só assim que ganho forças para passar noites de sono fuçando contas e licitações, denunciando assim esses crápulas.

Se você me odeia pelo que escrevo, é uma opção sua, respeito. Um dia talvez seus netos saberão o valor que tive de querer ser um farol no meio de uma tempestade de ladrões e corruptos deste Brasil. Não me vendo. Sou um farol que no meio de qualquer tempestade, você poderá lembrar que estou aqui para denunciar e dizer também que jornalismo é tudo aquilo de que Ricardo Vieira Coutinho não gosta.

Estamos orfãos.. só que a luta continua.


Imprensa

 

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