Clilson Júnior

CHÁVEZ, DILMA E LULA

CHÁVEZ, DILMA E LULA  Gilvan Freire    Na Venezuela de Hugo Chávez o povo tem sobradas razoes para está amargurado com […]

CHÁVEZ, DILMA E LULA 

Gilvan Freire 

 

Na Venezuela de Hugo Chávez o povo tem sobradas razoes para está amargurado com a morte de seu maior líder político de todos os tempos e, verdadeiramente, o único venezuelano que teve o destemor de inverter os papeis do Estado, entregando aos pobres as riquezas da nação que antes pertenciam, como uma espécie de direito sagrado de herança, apenas às elites dirigentes e às castas sociais.

 

                        Essa reversão da história em países pobres, atrasados e de baixíssima densidade cultural, onde a submissão da população aos poderosos e ricos faz parte até de credos religiosos, só pode ser obra de um homem extraordinário, ou de um instante de grande convulsão social em que o povo se liberta dos grilhões que lhes acorrentam os pulsos e vida há séculos.

 

                        Às vezes dá sorte, e noutras vezes azar, como aconteceu com a Alemanha de Hitler, onde o povo se atirou numa aventura de um psicopata que queria dominar o mundo e matar uma parte da humanidade disseminando o ódio racial. Ou seja, os homens podem mudar o destino dos povos mas, em muitos casos, libertam o povo e os oprime ao mesmo tempo, sujeitando-o a seu domínio pessoal e fazendo grandes concessões humanas e atos de indiscutível bondade.

 

                        Na Venezuela, Hugo Chávez seria o homem menos indicado para fazer as grandes transformações sociais que fez, especialmente o combate a miséria, reduzida a metade em 13 anos. Chávez não era letrado, ou intelectual, não pertencia a classe dos favorecidos, e nem entendia nada de administração pública. Pra sorte dos venezuelanos, também não tinha tradição política. Tinha só vontade de implodir a dominação da burguesia exploradora e virar pelo avesso um Estado rico de petrodólares que escravizava e dizimava os pobres e distribuía suas carniças aos urubus de sempre. Queria também desmontar a rede nacional e internacional que transformava a Venezuela de miseráveis em colônia do capitalismo perverso global. Nisso Chávez fez bem de mais, de sorte que despertou as atenções de todo o planeta e a ira do capitalismo colonizador.

 

                        Mas o problema de Chávez era seu fascínio pelo poder, seu desmesurado apetite e gula pelo culto à personalidade e apego ao autoritarismo, um viés que transforma derrubadores de facínoras em facínoras substitutos. Desses também o mundo vive cheio: Fidel, Kadafi, Saddam, Bashar al-Assad, Mahmoud Ahmadinejad  e dezenas de outros só nos últimos dois séculos. Ou seja: os arautos da anti-exploração do povo viram, paradoxalmente,  exploradores contumazes depois.

 

 

                        DILMA E LULA

                        Lula foi para o Brasil recente o que Chávez foi para Venezuela, pelo menos no quesito da erradicação da pobreza – a maior obra de governo em qualquer período da história dos povos, porque a fome é incompatível com o destino da raça humana.

 

                        De outro lado, Lula não conseguiu ser o revolucionário que foram Fidel e Chávez, a falta de uma ação transformadora do Estado e do governo e de uma ideologia de massa. Pelo menos nisso, o país não se submeteu ao vexame de provar a cartilha comunizante e anocrânica dos intelectuais do PT, ideólogos de uma revolução Lulista. Escapamos, nós e Lula. Aleluia!

 

                        Lula e Chávez tiveram em comum a sensibilidade para retirar os pobres da sarjeta para que não aceitem mais as formas seculares de exploração, colonização e escravização. Mas ambos deixam em atividade um modelo personalizado de domínio político, centrado neles próprios e seus prepostos, que desejaram que durasse tanto quanto Fidel deseja que dure o seu próprio. É demais.

 

                        A presidente Dilma… Bem a presidente é apenas uma peça nesse outro tipo de exploração dos pobres, que são livres de outros colonizadores, mas desses neo-escravizadores do voto não escapam. Às vezes, o que muda é apenas a forma de dominação dos pobres, seus benefícios e os elevados custos.

 

Este artigo integrará o futuro livro:

‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’

E-mail: [email protected]

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