O superintendente da Controladoria Geral da União (CGU) na Paraíba, Severino Queiroz, não descartou a participação de políticos e agentes públicos no esquema de fraudes em licitação que tem sido investigada pela Operação Feira de Mangaio, deflagrada nesta quarta-feira (23). Ao menos oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no dia de hoje em João Pessoa e Cabedelo, na Região Metropolitana.
“A gente não descarta a participação ativa de agentes públicos. Com essa deflagração de hoje, a análise do material apreendido a gente vai aprofundar as investigações. O trabalho vai agora ser de análise desse material que foi apreendido e para a gente subsidiar essas eventuais lacunas existentes na investigação para que o Ministério Público possa oferecer a denúncia contra os investigados”, disse Severino Queiroz ao programa Arapuan Verdade da Rádio Arapuan FM.
De acordo com apurado pelo ClickPB, a investigação teve início após solicitação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPPB), sendo realizado levantamento de dados, obtenção de documentos junto ao portal eletrônico do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) e de outras pesquisas desenvolvidas em fontes abertas.
Consta ainda que as investigações obtiveram a constatação da ocorrência de fraudes em licitações realizadas por municípios paraibanos, principalmente relativas à formação de conluio entre empresas supostamente concorrentes, frustrando o caráter competitivo dos certames, assim como utilização de empresas cujos sócios possuem características de serem interpostas pessoas (“laranjas”).
Além do Gaeco/MPPB, a Operação contou com a participação de cinco promotores de Justiça do MPPB, cinco auditores da CGU, cinco auditores do TCE/PB, oito auditores da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ/PB) e de 66 policiais civis e militares.
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