Clilson Júnior

PT e Veneziano caminham para fazer as pazes

(Professor Jônatas Frazão)   A relação entre o ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo e o Partido dos […]

(Professor Jônatas Frazão)

 

A relação entre o ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo e o Partido dos Trabalhadores na Paraíba, que saiu chamuscada da eleição municipal do ano passado, começa a ser reatada. Em 2012, todos lembram, o PT se afastou de Veneziano sob o argumento de que mudava a sua opinião sobre o modo de governar do Cabeludo, indo parar nas mãos da então candidata do PP à Prefeitura de Campina, Daniela Ribeiro.

 

Por outro lado, Veneziano reclamava de uma traição, imposta pelos petistas, pois mão esperava que, de uma hora para a outra, eles negassem sete anos e meio de participação em seu governo, dividindo conquistas e dificuldades, para, a partir daquele momento, achar que tudo tinha sido feito de forma errada.

 

O fato é que PT e Veneziano andaram por caminhos diferentes na eleição municipal. A ala dissidente do PT, que resolveu apoiar Daniela, no segundo turno ficou com Romero Rodrigues, do PSDB, partido antagônico ao petismo. Tudo para não voltar para Veneziano. Já os não dissidentes, que continuaram aliados a Veneziano, lançaram a candidatura própria de Alexandre Almeida. O resultado da eleição todos conhecem.

 

Mas, como águas passadas não movem o moinho, o que passou, passou e agora estamos a nos aproximar de mais uma eleição. Na disputa pelo Governo do Estado, o PT, é claro, não poderia se aliar ao PSDB. Nem ao PSB, pois este, apesar de ser um partido da base petista hoje, amanhã não mais será, pois vai lançar Eduardo Campos candidato à Presidência da República, em oposição à petista Dilma Roussef.

 

Uma boa saída seria uma aliança com o PP, que chegou a ser ensaiada, para lançar o Ministro Aguinaldo Ribeiro candidato a Governador. Essa costura política começou a ser feita no ano passado, quando os partidos sentaram e decidiram, junto com o PSC, lançar um ‘blocão’ visando a candidatura de Aguinaldo ao Palácio da Redenção.

 

Mas eu sempre duvidei que Aguinaldo pudesse encarar essa disputa. Se ele já terá dificuldades em se reeleger, por conta da provável redução no número de vagas na Câmara Federal para a Paraíba, imagine encarar uma aventura de se lançar candidato a governador em um estado que vive uma eterna dualidade política. A irmã Daniela sabe muito bem o que é disputar uma eleição no meio de duas forças políticas.

 

E a candidatura própria? Em que pese o PT ser um grande partido, ter a presidente Dilma com amplas possibilidades de ser reeleita e, na Paraíba, ter conquistado a Prefeitura da capital, não dispõe de nome com peso suficiente para entabular uma terceira via. É o mesmo processo que ocorre com o PMDB, em nível nacional: é o maior partido do Brasil, com maior número de cadeiras no Senado e na Câmara, maior número de prefeitos e vereadores, tem o vice-presidente da República, mas anão tem uma liderança com cacife suficiente para entrar no jogo como protagonista.

 

Então, resta ao PT se aliar ao PMDB e apoiar a candidatura de Veneziano em 2014. E os petistas que perceberam isso mais cedo já se adiantam e defendem esta composição. Cito aqui, como exemplos, o deputado estadual Frei Anastácio e o presidente do Diretório Municipal do PT em João Pessoa, Jackson Macedo. Estes poderão dizer, lá na frete, quando a aliança for consolidada, que foram os primeiros a defender. Vão se cacifar, com certeza, junto a Veneziano.

 

A ala mais conservadora também já começa a perceber esta realidade iminente. Tanto que já começa a discutir internamente a apoio a Veneziano. Se fosse outro partido, no qual as decisões ocorrem de cima para baixo, o apoio a Veneziano já estava selado. Mas, em se tratando do PT, legenda que decide tudo na base do debate e das votações internas, é dar tempo ao tempo.

 

E Veneziano, inteligente como é, sabe disso e deixa o partido à vontade. Afinal, Ele tem tempo e paciência de sobra.

 

*professor aposentado da UFPB. 

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