Uma ex-namorada de Johannes Dudeck, principal suspeito de matar a estudante Mariana Thomaz, de 25 anos, afirmou que durante o relacionamento que teve com o empresário foi vítima de comportamentos agressivos, incluindo ameaças de morte.
Em entrevista para o programa Rota da Notícia, da TV Arapuan, nesta segunda-feira (14), a mulher que preferiu não se identificar disse que ficou por dois anos com Johannes e que, à princípio, ele era tranquilo e com o tempo foi dando sinais de possessividade e manipulação.
“Ele me agredia psicologicamente, me xingava e me fazia sentir a pior pessoa do mundo. Ele chegou a me ameaçar várias vezes, tendo o cuidado de não deixar rastros. Quando ele fazia ou era pessoalmente ou por telefone, nunca por mensagens nem áudios”, declarou.
No seu depoimento, a jovem disse que o empresário chegou a criar perfis fakes nas redes sociais para monitorar a vida dela. Ao saber da morte de Mariana, a mulher afirmou que pensou por diversas vezes que poderia ter sido ela no lugar.
“Ele poderia ter feito comigo. Não fez por um milagre, já que ele dizia que ia acabar com minha vida e que eu não sabia do que ele era capaz. Ele queria me afastar de todos os meus amigos e familiares. Não tinha motivo. Era realmente um perfil abusivo principalmente com mulheres”, afirmou.
Ainda na entrevista, a jovem disse acreditar que Johannes fez muitas outras mulheres vítimas dos seus abusos e que o empresário tinha um método para praticar atos sexuais sem consentimento.
“Muitas estão com medo de falar o que sabem sobre ele. Ele era uma pessoa muito manipuladora e dissimulada, mestre na mentira. Ele dopava as vítimas com bebida para cometer abusos. Tenho quase certeza que ele fez comigo porque uma vez eu simplesmente apaguei por um dia e meio”, concluiu.
Caso Mariana Thomaz
Natural do Ceará, Mariana Thomaz cursava o sexto período de Medicina na Facene/Famene no bairro de Gramame. Na noite da última sexta-feira (11), ela foi encontrada morta no apartamento de Johannes, em Cabo Branco. O próprio suspeito havia entrado em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), alegando que Mariana estava tendo convulsões.
Após serem identificadas marcas de esganadura no corpo da da vítima, Johannes foi preso em flagrante. Diante das primeiras evidências colhidas, a Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva.
Um laudo cadavérico aponta que houve crime sexual contra ela, de acordo com lesões encontradas no corpo. Segundo o delegado Joames Oliveira, os dois haviam iniciado um relacionamento sério há pouco tempo.
O corpo de Mariana foi velado e sepultado no último domingo (13) na cidade natal de Lavras da Mangabeira. A prefeitura decretou três dias de luto e a família pede justiça.
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