Amigos, emoções levam a omissões e até hoje várias interrogações permeiam o desfecho de um dos casos que chocou a Paraíba no ano de 2012. Ninguém consegue mensurar a dor de uma família, principalmente a dor dos pais quando perde um filho amado, assim, de forma covarde, brutalmente assassinado.
Ter um filho assassinado é ver um pedaço da alma que se parte em milhares de pedaços e nem o tempo consegue cicatrizar, então, volto a usar este espaço para pontuar em um tema realmente difícil. Vamos ao óbvio: a família de Bruno Ernesto tem todo o direito — e até o dever moral e, digo eu, existencial — de lutar para que os responsáveis pelo desaparecimento e morte— os citados ou outros — sejam responsabilizados.
É o que eu faria se fosse o pai. Para um jornalista, não cabe fazer justiça com a própria caneta, tampouco ceder a clamores dos influentes. Não quero aqui transformar o caso do jovem Bruno num fla-flu da política paraibana. Ocorre que nesses dois anos vem surgindo alguns fatos, que merecem sim, serem todos apurados. Ninguém nasce com a obrigação de conviver com a dúvida!
A PRIMEIRA DÚVIDA
A primeira diz respeito a reportagem do Fantástico exibida em 25/03/2012, sobre o projeto Jampa Digital – em João Pessoa, que previa a instalação de 20 estações para acesso de internet sem fio e até hoje não tem nenhuma em funcionamento. A matéria deixou claro que houve superfaturamento de valores e fortes indícios de pagamento de propina.
Dezenas de amigos sempre levantaram a suspeição que o interlocutor que atuou no papel de “produtor” que ligou e em outro momento conversou com Paulo Sacerdote, gerente de negócios da Ideia Digital, na verdade era Bruno Ernesto. Estatura, roupa, fala e um pequeno detalhe que só os amigos conheciam em Bruno: Uma lesão no dedo indicador da mão esquerda. Segundo vários amigos, Bruno perdeu parte da unha do indicador da mão esquerda em um pequeno acidente.
Teria Bruno Ernesto auxiliado a reportagem do Fantástico feita nas dependências de uma prefeitura do Brejo paraibano para flagrar como operava a empresa Ideia Digital, já que o mesmo dominava a linguagem técnica e poderia saber de muitas coisas da PMJP e a empresa denunciada?
Só a polícia e uma boa investigação poderão responder!
DOIS ANO APÓS SUA MORTE, SURGE BRUNO CONFECÇÕES
Todos sabem que Bruno Ernesto do Rêgo Moraes, foi assassinado em 07 de fevereiro de 2012. Já agora em 2014, precisamente no dia 14 de julho,, uma segunda-feira, alguém em Vila Velha no Espirito Santo, conseguiu registrar uma empresa em nome de Bruno Ernesto do Rêgo Moraes. Não se trata de homônimo. Usaram o CPF de Bruno e conseguiram a proeza de constituir uma empresa de confecções no Espirito Santo. “Bruno Confecções”, que até a data da publicação desta coluna continua ativa, mesmo que seu representante legal fora assassinado na Paraíba 2 anos e 5 meses antes da abertura da referida firma.
Com palavra e as respostas, Polícia Federal, Receita Federal e todos os homens de bem!
Pode-se não gostar disso. Mas esclarecimentos são precisos!