ALERTA

Dispositivo interfere em travas elétricas e motorista deve checar se carro está fechado ao estacionar

Uma deficiência das montadoras de veículos automotores está colocando os consumidores em risco. Os motoristas devem ficar atentos ao estacionar o carro e acionar o controle remoto para travar as portas, para não serem vítimas de furto de objetos e equipamentos ou até ter o veículo roubado ou danificado. Um dispositivo transmissor simples, que é o controle remoto de portão automático, pode sobrepor sua frequência à da trava elétrica da chave do seu carro e impedir o acionamento para fechá-lo. Especialistas em engenharia elétrica alertam que as pessoas devem se certificar que as portas do veículo estão realmente fechadas.

A Polícia Civil não fala sobre o assunto. O motivo seria para não incentivar possíveis golpes. Mas não apenas de golpes os proprietários de veículos podem ser vítimas. Se coincidir do motorista tentar fechar seu veículo próximo a outro condutor que esteja acionando o portão do seu condomínio, pode ser afetado e acabar deixando o carro aberto sem saber, vulnerável a roubos.

O mais grave é que não é necessário um equipamento sofisticado, qualquer controle remoto de portão automático, que utiliza frequência de comunicação sem fio, pode causar o problema. 

A confirmação é do professor doutor em Engenharia Elétrica Euler Cássio Tavares de Macedo, vice-diretor do Centro de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Ao acionar o controle do alarme do carro, é gerado um sinal chamado portadora, de alta frequência, que é enviado para o carro, com a informação para fechar as travas das portas. O outro dispositivo, o controle do portão, emite um sinal que bloqueia o primeiro sinal do alarme. “Esse é realmente um problema que vai ter que ser corrigido pelas montadoras de veículos, porque esse controle de portão trabalha numa frequência de 434 ou 315 MHz, então o controle [do carro] aparentemente está trabalhando na mesma faixa de frequência do controle de portão”, disse o especialista. 

“O conselho que eu daria seria a pessoa sempre se certificar fisicamente que o carro foi efetivamente fechado, não confiar apenas no bipe que é emitido”, disse o professor.

Segundo o professor, é possível que o bipe seja emitido sem que o carro tenha realmente sido fechado. Em alguns casos, o dispositivo do carro é afetado parcialmente, explicou.