Após uma força tarefa na fábrica da BYD em Camaçari, região metropolitana de Salvador, que resgatou 163 trabalhadores em condições análogas à escravidão, a empresa decidiu romper o contrato com a construtora Jianjiang.
Quatro alojamentos foram interditados após a constatação de situação degradante de trabalho no local onde a BYD está construindo uma fábrica na cidade baiana. A BYD Auto do Brasil disse que está colaborando com as autoridades e que já havia notificado a construtora Jiangjiang após as primeiras irregularidades encontradas em novembro.
Os fiscais encontraram condições degradantes no local segundo o documento do Ministério Público. “As condições encontradas nos alojamentos revelaram um quadro alarmante de precariedade e degradação”, disse o MPT. Dia 26 haverá uma audiência e novas providências serão tomadas.
No local os banheiros não tinham separação por sexo, pertences pessoas ficavam junto com alimentos e não haviam armários para guardar pertences pessoais segundo o Ministério Público.
A ação envolveu o Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).
BYD se pronuncia
A BYD emitiu uma nota em seu site oficial onde afirma ter rescindido o contrato com a Jiangjiang.
“A BYD Auto do Brasil reafirma que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana. Diante disso, a companhia decidiu encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira para a realização de parte da obra na fábrica de Camaçari (BA) e estuda outras medidas cabíveis. A BYD Auto do Brasil reforça que os funcionários da terceirizada não serão prejudicados por essa decisão, pois vai garantir que todos os seus direitos sejam assegurados.”
“A BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, em especial no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores. Por isso, está colaborando com os órgãos competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang”, afirmou Alexandre Baldy, Vice-presidente sênior da BYD Brasil.
A fábrica da empresa anunciada há pouco menos de um ano no Brasil é fruto de um investimento de R$ 6,5 bilhões da empresa no país.